Hans Baldung-Grien. As três idades da mulher e a morte. 1510. Viena, Kunsthistorisches Museum. |
“A
vida é uma peça teatral com um último ato muito mal escrito”
Cícero
O
cérebro é um dos enigmas que mais têm fascinado a humanidade desde tempos
imemoriais. Os egípcios acreditavam que
nossa “alma”, ou seja, nosso psiquismo, nossas emoções, sentimentos, desejos,
cognições e vontade situava-se no coração.
Por esse motivo é que nas múmias encontramos preservados seus corações
enquanto a cavidade craniana era preenchida com panos, substituindo o cérebro
que havia sido extraído, exatamente por não identificarem nele a fonte das funções acima citadas.
Entretanto, o cérebro
já era motivo de atenção por outras razões.
Os egípcios faziam trepanações para a extração de tumores ou
hemorragias. Esse fato é bem conhecido
pelos historiadores da medicina. A referência ao cérebro mais antiga que se
conhece na história da humanidade é uma
inscrição em forma de hieroglifos encontrados em um papiro do Décimo Sétimo
Século a.C. descrevendo os sintomas, diagnóstico e prognóstico de dois
pacientes feridos na cabeça. [1]
Palavra cérebro em caracteres hieroglíficos. |
Novamente, entre os
egípcios, encontramos referências aos problemas psíquicos
trazidos pelo envelhecimento. SIMONE DE BEAUVOIR, em obra clássica
sobre o envelhecimento, relata que a
mais antiga referência ocidental à velhice foi encontrada no Egito e data de
2500 anos a.C., tendo sido escrita por PTAH-HOTEP, filósofo e poeta:
“Como é penoso o fim de um velho! Ele se
enfraquece a cada dia; sua vista cansa; seus ouvidos tornam-se surdos; sua
força declina; seu coração não tem mais repouso; sua boca torna-se silenciosa e
não fala mais. Suas faculdades intelectuais diminuem e lhe é impossível
lembrar-se hoje do que aconteceu ontem.
Todos os seus ossos doem. As ocupações que até recentemente causavam prazer só
se realizam com dificuldade, e o sentido do paladar desaparece. A velhice é o
pior dos infortúnios que pode afligir um homem. O nariz entope, e não se pode
mais sentir nenhum odor”.[AF1][2]
Em outra descrição de problemas psíquicos entre os antigos
egípcios, os estudiosos americanos LOZA e MILAD, em 1989, descrevem um quadro
demencial (na verdade uma pseudodemência depressiva), encontrado nas máximas de
PTAH-HATY, no século sete A.C.[3]
Na verdade, acreditamos que se trata do mesmo texto
anterior, dadas suas semelhanças, que, por
motivos desconhecidos, teria sido atribuído a outro autor em época
diferente. [4] [5]
Estes mesmos autores citam um exemplo de descrição de boa
saúde mental na velhice entre os antigos egípcios. Foi encontrada uma inscrição na estátua
de NEBENTEROU, filho do Sumo Sacerdote da Décima Dinastia (950-730 A.C.):
"Eu passei
minha vida em felicidade, sem a preocupação com a doença... Eu sobrevivi aos
meus contemporâneos. Isto pode acontecer a você também." [6]
Descrições de tentativas de tratamentos de quadros
demenciais também foram encontrados em papiros deste período.
Outros relatos acerca dos problemas emocionais durante o
envelhecimento remontam novamente à antiguidade. Foram os judeus uns dos
primeiros povos a descrever um quadro psicogeriátrico de forma inequívoca. De
acordo com SADAVOY e cols., na Bíblia encontramos uma descrição do REI DAVI que protagonizou um episódio
depressivo de forma dramática (Salmos 31: 9-12): [7]
“9 Tem
misericórdia de mim, ó Senhor, porque estou
angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo.
10
Porque a minha vida está gasta de tristeza e os meus anos de suspiros; a minha
força descai por causa da minha iniquidade e os meus ossos se consomem.
11 Por
causa de todos os meus inimigos, fui o opróbrio dos meus vizinhos e um horror
para os meus conhecidos; os que me viam na rua fugiam de mim.
12 Estou esquecido no coração deles, como um morto; sou como um vaso
quebrado.” [8]
Nicolas Cordier. Rei Davi. Capela Borghese, Basílica de Santa Maria Maggiore, Roma. |
Entre os gregos, foi SÓCRATES o primeiro a demonstrar
interesse na velhice, só que o grande pensador tinha uma visão bastante
pessimista da questão. Ele temia o que poderia lhe advir: surdez, cegueira,
lentidão para aprender e rapidez para se esquecer. [9]
Sócrates (ca. 469 ou 470 a.C.- 399 a.C.) |
Já PLATÃO, ao contrário de seu mestre, tinha uma visão otimista, dizendo, entre outras coisas,
que a redução na força dos impulsos leva ao senso de tranquilidade e maior
liberdade em perseguir a filosofia e as tarefas intelectuais. A velhice foi por
ele elogiada por trazer maior harmonia, prudência, discrição, sabedoria e
julgamento mais seguro.[10] Em A
República, PLATÃO, respondendo a uma questão de seu discípulo GLAUCO sobre
a que faixa de idade devem pertencer os governantes, responde:
..."O estudo
da Dialética se prolongará dos 30 aos 35 anos.
..."Dos 35 aos 50 os escolhidos serão postos à prova em diversos
cargos públicos; ..."e quando chegarem a quinquagenários, os sobreviventes
que se houverem distinguido em todos os atos de sua vida e em todos os ramos de
conhecimento serão levados à consumação final, pois é preciso obrigá-los a
alçar os olhos da alma e contemplar de frente o que proporciona luz a todos; e
quando tiverem visto o bem em si, o adotarão como modelo durante o resto de sua
existência, em que governarão, cada qual por seu turno, tanto à cidade e aos
particulares como a si mesmos; pois, embora dediquem a maior parte de seu tempo
à Filosofia, terão de carregar aos ombros, quando chegue a sua vez, o peso dos
assuntos públicos e governar um depois do outro para o bem da cidade, não como
quem realizasse alguma tarefa honrosa mas simplesmente por ineludível dever. E
assim, após ter formado em cada geração a outros homens semelhantes a eles, aos
quais deixarão como seus sucessores na guardiania, partirão para as ilhas dos
bem-aventurados, onde irão morar para sempre, e a cidade lhes consagrará
monumentos e sacrifícios públicos, honrando-os como a semideuses, se nisso
consentir a pitonisa, e serão como a seres abençoados e divinos."... [11]
Platão (428,427 a.C.-348,347 a.C.). |
Entre
os romanos, o grande filósofo e orador CÍCERO, no ano 44 A.C., com a idade de
62 anos, em seu ensaio sobre a senescência "De
Senectude", desenvolve suas idéias, ao observar o envelhecimento em
Roma, concordando com PLATÃO ao afirmar que os velhos são importantes nas
atividades administrativas e intelectuais. Baseado no exemplo dos gerontes,
grupo de 28 homens com mais de 60 anos de idade que dirigiram a cidade de
Esparta, CÍCERO argumentava que o envelhecimento bem sucedido era possível se a
pessoa desenvolvesse uma atitude apropriada e lidasse efetivamente com as
quatro maiores queixas associadas com o envelhecimento.[12] Elas, por sinal, existem até hoje.
Cícero, Marco Túlio (106 a.C.-43 a.C.). |
À
primeira queixa de que os idosos eram excluídos pela sociedade dos trabalhos
importantes, CÍCERO respondia que eles poderiam ser úteis em atividades de
administração e como conselheiros.
À
segunda queixa de que os velhos perdem a força física e reduzem o seu valor
como pessoas, ele respondia que isto pouco representava frente ao cultivo da
mente e do caráter.
À
terceira, de que o envelhecimento impede ou reduz os prazeres sensuais, em
particular o sexual, ele respondia que isto lhes propicia uma maior
concentração na promoção da razão e da virtude.
À
quarta, de que o envelhecimento traz consigo uma crescente ansiedade com a perspectiva
da morte próxima, ele respondia que a morte podia ser considerada uma bênção,
libertando os indivíduos e suas almas imortais das prisões do corpo nesta terra
tão imperfeita.
CÍCERO
ainda dizia que sábio é aquele que submete-se aos ditames da natureza e
ultrapassa as vicissitudes da vida com uma mente tranquila. O prolongamento da
vida seria indesejável pois a pessoa voltaria a ser como uma criança.[13]
Em
seguida, Roma passou por um breve período pessimista em suas opiniões acerca da
velhice. TERÊNCIO proferiu sua
famosa sentença: "Senectus ipsa est
morbus" e SÊNECA, não menos negavitista, disse: "Senectus insanabilis morbus".[14]
Felizmente,
logo após, veio GALENO que, não concordando com a opinião destes dois últimos
pensadores, escreveu em "De Sanitate Tuenda" que a idade
em si não é uma doença, mas um estado do organismo. Pela primeira vez na
História, alguém apresentava a atual versão médica de que a velhice sucede à
vida adulta, como esta sucede à infância e esta ao nascimento. No fim de tudo a
morte, como a culminação de toda uma etapa evolutiva da vida. [15]
Galeno (Aelius Galenus). (129-200). Litografia de Pierre Roche Vigneron. (Paris: Litografia de Gregoire e Deneux, ca. 1865). |
CELIUS
AURELIANUS aprofunda esses estudos demonstrando a diferença entre as
consequências das doenças nas pessoas mais jovens e nos idosos. Foi ele o
primeiro a identificar o quadro de letargia aguda com estupor e febre como um
dos problemas médicos mais frequentes na velhice. Esses quadros conhecemos hoje
como confusão mental. Verificou ele
que a mania era raramente encontrada nos velhos, observação ainda hoje correta.[16]
Na
Idade Média a medicina passou por um período obscurantista, apesar de alguns
grandes nomes como AVICENNA, no mundo árabe. Os velhos sofreram de forma até
então desconhecida nessa época. Eram vistos pelos leigos, e nisso eram
reforçados por boa parte dos médicos de então, como feiticeiros e tendo pacto
com o diabo. Em grande parte, isso se devia à vivência e à experiência o que os
tornava mais sagazes e até capazes de prever os acontecimentos. Além do mais,
seu aspecto físico de decadência e degeneração, particularmente o rosto, inspirava
medo nas pessoas pois já viviam acossadas pelo temor da morte e a velhice lhes
lembrava a sua proximidade inexorável. Poucos não foram os velhos que
injustamente morreram queimados como bruxos. [17]
Avicenna (980-1037). |
A
era científica no estudo do envelhecimento começou em fins do Séc. XVI com SIR
FRANCIS BACON. Propugnava-se então a observação sistemática dos fenômenos para
se descobrirem as leis fundamentais que governam o comportamento. Ele dizia
que, através de um estudo sistemático dos processos de envelhecimento, se
poderia descobrir as causas do mesmo. Afirmava, ainda, que os maus hábitos de
higiene tinham efeito muito importante no processo de envelhecimento. [18]
Francis Bacon (1561-1626). |
Somente
na Era Moderna as ciências e a medicina
começaram a ter uma visão mais próxima
da realidade acerca do envelhecimento.
QUETELET , um belga formado
em matemática pela Universidade de Ghent em 1819, é considerado o primeiro
gerontologista. Ele desenvolveu um trabalho pioneiro, aceito até hoje, em que
representa a distribuição básica da maioria das características humanas sob a
forma de uma curva. Ela indica que há uma tendência média ou central, em torno
da qual se distribuem medidas mais altas e mais baixas, por exemplo, altura,
peso ou inteligência. Com isso, ele se antecipou ao trabalho de GAUSS. Também
estudou a idade de dramaturgos ingleses e franceses e começou a analisar a sua
produtividade em termos da idade que tinham, antecipando os trabalhos de
LEHMAN, no século XX. [19]
Jean-Etienne-Dominique Esquirol (1772-1840). |
Foi
ESQUIROL, na França do início do
século XIX, quando a psiquiatria dava seus primeiros passos como especialidade
médica, o primeiro a descrever um quadro de demência com características que
até hoje sabemos corretas. WILLE, grande psiquiatra suíço, na segunda metade do
século passado, descreveu formas brandas de psicoses senis que hoje
identificamos com as depressões maiores e melancolias e as formas graves que
identificamos também hoje com as demências.[20]
BENJAMIN RUSH,
em 1805, publicou nos Estados Unidos da América o primeiro e importante tratado
sobre psiquiatria geriátrica intitulado “An
account of the state of the body and the mind in old age: with observation on
its diseases and remedies”. [21] Ele é considerado o pai da psiquiatria
norte-americana.
SIR
FRANCIS GALTON, em Londres, por volta de 1884,
também se destacou na pesquisa sobre o envelhecimento, seguindo a
tradição de QUETELET. Ele pesquisou uma
série de medidas fisiológicas que variavam com a idade, como a força da mão,
capacidade vital, grau de visão e tempo de reação, em mais de 9.337 pessoas,
homens e mulheres, de 5 a 80 anos de idade.
É dele a constatação de que os sons de frequência mais alta deixavam de
ser ouvidos com o avançar da idade. [22]
STANLEY
HALL, presidente da Universidade de Clark, fundador de um dos primeiros
departamentos de psicologia nos Estados Unidos, criador do termo “adolescência”
em 1922, publicou Senescence, the Second Half of Life, no qual afirma que as pessoas
que envelhecem necessariamente não são mais temerosas da morte. [23] É dele a afirmação:
“Como psicólogo,
estou convencido de que os estados psíquicos das pessoas idosas têm grande
importância. A senescência, como a adolescência tem suas próprias emoções,
pensamentos e vontades, bem como sua própria fisiologia, sendo o regime desses
tão importante como o do corpo. As diferenças individuais, aqui, são
provavelmente maiores do que na juventude.”
[24]
Granville Stanley Hall (1844-1924). |
Mas
a medicina teve de esperar o gênio alemão de EMIL KRAEPELIN para projetar um
pouco de luz nas trevas das classificações vigentes na psiquiatria de então. No
final do século XIX, quando da publicação de seu famoso Tratado de Psiquiatria,
pela primeira vez a comunidade médica mundial tomou conhecimento das diferenças
entre a demência senil, demência aterosclerótica e demência vesânica, uma
espécie de demência precoce que ocorre
em pacientes psiquiátricos crônicos. Esta última, teve seu nome posteriormente
mudado para esquizofrenia por EUGEN BLEULER. KRAEPELIN descreveu clinicamente os
quadros demenciais com uma precisão tal que ainda hoje seus critérios são
adotados como pontos de base nas modernas classificações psiquiátricas.
Descreveu também os quadros psicóticos
na velhice (os delírios pré-senis de prejuízo e o delírio senil de
perseguição), bem como é sua a descrição pioneira das psicoses
maníaco-depressivas.[25]
Emil Kraepelin (1856-1926). |
Em
1906, ALOIS ALZHEIMER, na Universidade de Tübingen, na Alemanha, descreve
alterações anátomo-patológicas no cérebro de uma paciente falecida precocemente
de um tipo de demência. [26]
Logo em seguida, publica outro caso de
paciente falecido em condições semelhantes e a partir daí o mundo científico
toma conhecimento de uma patologia neuro-psiquiátrica que recebeu o nome de seu
descobridor. Neste mesmo ano, GAUPP descreve as diferenças entre as demências e
as não-demências.[27]
Alois Alzheimer (1864-1915). |
NASCHER,
famoso clínico de origem austríaca e naturalizado norte-americano, em 1914 cria
o termo geriatria em sua obra "Geriatrics:
The Diseases of Old Age and Their Treatment", dando assim início a
essa especialidade médica que vem assumindo importância cada vez maior,
notadamente após a 1a. Grande Guerra, quando a população européia e americana
começou a envelhecer a olhos vistos. [28]
No
início do século XX, nos Estados Unidos,
OSLER, fez importante contribuição para
a gerontologia na medida em que demonstrou que o envelhecimento estava
intimamente relacionado com o estado dos vasos sanguíneos no corpo, afirmando
que se o cérebro se alterava com a idade, era em consequência do endurecimento
das artérias. [29]
BIRREN
& CLAYTON afirmam que, enquanto os americanos dedicavam-se ao estudo das
artérias e sistema cardiovascular no processo de envelhecimento, na década de
1920, PAVLOV e seus discípulos, na Rússia, davam mais importância ao sistema
nervoso central. Estes autores dizem que
“Pavlov descobriu que os animais velhos se condicionavam de maneira
diferente dos jovens e que suas respostas revelavam um curso de extinção
diferente”. [30]
A seguir, BIRREN & CLAYTON citam um texto de NIKITIN, discípulo de PAVLOV,
publicado em 1958:
“Baseados
em todo o material de que dispomos, podemos dizer que o processo de inibição é
o primeiro a sucumbir à velhice e, em seguida, parece que é a mobilidade dos processos nervosos que é
afetada. Isso é evidente através do fato de que uma grande percentagem de
nossos cães em processo de envelhecimento cessou de tolerar o sistema de reflexo
condicionado, anterior, mais complexo. As respostas se tornaram caóticas, os
efeitos flutuavam de maneira inteiramente irregular, e só mediante a
simplificação do esquema é que se pode obter bons efeitos. Acho que se pode
atribuir isso ao fato de que a mobilidade diminui com os anos. Quando temos um
efeito distinto em um sistema grande, isso significa que um estímulo não
interfere com outro e não estende o seu
efeito ao processo nervoso seguinte. ...Quando um processo nervoso é
atrasado, porém, os traços remanescentes de cada estímulo se tornam prolongados
e influenciam os seguintes, isto é, temos um estado caótico e confuso. “ [31]
IVANOV-SMOLENSK,
discípulo da última geração de PAVLOV, em importante e abrangente trabalho
sobre a obra pavloviana, no capítulo sobre as mudanças patológicas na atividade
nervosa superior dos animais como resultado da atuação funcional sobre eles,
diz:
“As
investigações experimentais das modificações da atividade nervosa superior nos
cães velhos, de certo modo, se aproximam das investigações já descritas sobre
os cães castrados, pois também nos velhos aparece uma paulatina eliminação da
influência hormonal das glândulas sexuais sobre o cérebro, embora todo o
complexo dos agentes desfavoráveis para o sistema nervoso neste caso,
naturalmente, é muito mais complicado.
Ao
estudo da atividade nervosa superior nos cães velhos foi dedicada uma série de
obras experimentais (Tonkich, no laboratório de Orbeli, Andreev, Pavlova,
Jakovleva, Jaroslavceva, Usievich, Petrova, Podkopaev e outros). Aqui também, em primeiro lugar, sofrem os
processos da inibição interna ativa, depois aumentam os fenômenos da inibição
passiva (inibição externa, indução negativa, inibição supraliminar),
desaparecem primeiramente os reflexos artificiais e depois os naturais
condicionados. Soloveichik (1932) tentou rejuvenecer dois cães velhos ligando o
conduto seminal e, também, pela
implantação de uma glândula sexual jovem no escroto (segundo Voronov). [32] A investigação da atividade nervosa superior, que se
efetuava regularmente antes e depois de cada uma das operações, demonstrou que
a última provoca um aumento acentuado da excitabilidade cortical e melhora sua
capacidade de trabalho, mas isso dura
somente um tempo breve, mais ou menos
três meses.” [33]
Em
1948, WILLIAN SARGANT e ELIOT
SLATER, no Reino Unido, publicam um livro pioneiro: “An Introduction to Physical Methods of Treatment in Psychiatry” no
qual discorrem sobre o pessimismo reinante até pouco tempo antes na psiquiatria
devido à carência de recursos no tratamento das doenças mentais. Abordam também
a questão do incipiente otimismo advindo
das pesquisas dos últimos anos que, entre outros métodos, introduziu na
psiquiatria o eletrochoque que levou à
melhora de 70% dos pacientes portadores de depressão involutiva. [34]
A
partir da década de 1930, com uma ênfase especial para o período 1940-1960, a
psiquiatria geriátrica teve no Reino Unido um desenvolvimento excepcional
graças às contribuições feitas por AUBREY LEWIS, FELIX POST e SIR MARTIN ROTH. Este último, após quatro décadas de
pesquisas e ensino, continua à frente do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Cambridge, onde desenvolve
uma das mais brilhantes escolas psicogeriátricas
da atualidade. Entre os discípulos de POST, podemos citar grandes estudiosos
britânicos como DAVID KAY, RAYMOND
LEVY (atualmente primeiro professor
do Departamento de Psiquiatria Geriátrica do Maudsley Hospital), TOM ARIE (diretor da Divisão de Cuidados de Saúde do Idoso em Nottingham) e
B. HOPKINS que contribuiram para
alargar os horizontes nessa área.[35] BARRACLOUGH empreendeu um grande estudo
psicogeriátrico, sobressaindo-se seu clássico trabalho sobre o suicídio na
velhice.[36]
No
período entre as duas grandes guerras começamos a encontrar cada vez mais
publicações acerca da psiquiatria e psicologia do envelhecimento. Mas é somente
após a 2a. Guerra Mundial que acontece
uma verdadeira explosão de publicações e estudos sobre a velhice. Isto coincide
com a redução dramática das taxas de natalidade durante a guerra, a morte de
milhões de homens jovens nas batalhas e o consequente "boom" nas
estatísticas das pessoas acima de 65 anos. Após as duas grandes guerras
mundiais, com o retorno dos soldados para seus lares, houve uma verdadeira
explosão de nascimentos de bebês, que perdurou por alguns anos, períodos
chamados de “baby-booms”. As crianças nascidas no “baby-boom”
após a II Guerra Mundial constituem hoje a população madura que caminha
para, a partir do ano 2.000, tornar-se
geronte, sendo progressivamente
objeto de atenção, estudos e cuidados
gerontológicos.
No
período 1950-1960 a psiquiatria geriátrica atinge um dos seus momentos mais
criativos com o surgimento das escolas suíça e francesa. JULIAN DE
AJURIAGUERRA, influenciado pelas pesquisas de JEAN PIAGET, desenvolve seus
estudos acerca da regressão na personalidade que, de forma similar e em sentido
inverso, segue os passos do desenvolvimento da personalidade da criança e do
adolescente. Funda na Clínica Bel-Air da
Universidade de Genebra, uma das mais importantes escolas psicogeriátricas do
mundo. Na mesma cidade, JUNAT desenvolveu
um substancial programa de estudos gerontológicos. [37] Próximo dali, em
Lausanne, CHRISTIAN MÜLLER iniciou também um trabalho hoje mundialmente
reconhecido, em colaboração com J. WERTHEIMER, que lhe sucedeu na direção dos
trabalhos. [38]
Na
França, vemos o surgimento de importantes escolas como a de SUTTER em Marselha,
HUGONOT em Grenoble, PIERRE VELLAS (o criador das universidades para a
terceira idade, em 1974), JEAN-LOUIS
ALBARÈDE em Toulouse, PIERRE PICHOT em
Paris, que aliaram as pesquisas e estudos acerca da psicogeriatria ao ensino e
formação de levas de profissionais que contribuiram para tornar a assistência
pública psicogeriátrica francesa uma das melhores do mundo. Entre estas podemos
ressaltar a escola da Universidade de Limoges, chefiada por JEAN-MARIE LÉGER,
que desde meados dos anos 70 desenvolve serviços de avançada concepção que
incluem psiquiatria comunitária, atendimento hospitalar e extra-hospitalar
integrados, hospitais-dia, atendimento a domicílio e outros.
A
introdução do uso da psicofarmacologia na medicina, após os estudos pioneiros
na França de JEAN DELAY e PIERRE DENIKER em 1952 trouxe uma
verdadeira revolução no atendimento à população geronto-psiquiátrica, melhorando
os prognósticos das doenças, reduzindo o tempo de hospitalização e
propiciando-lhes uma qualidade de vida antes impensável. [39]
Nos
Estados Unidos da América, um trabalho pioneiro foi desenvolvido na Duke
University, na Carolina do Norte, a partir da década de 1950, com uma grande equipe chefiada por
EWALD BUSSE, com centenas de publicações reconhecidas como de grande valor para
o estudo do envelhecimento normal e patológico em todo o mundo. Sob o
patrocínio do Instituto Nacional de Saúde Mental, dos EUA, tem sido desenvolvido um colossal
trabalho de pesquisas e ensino sobre o envelhecimento. Nomes como GENE COHEN,
JACK WEIMBERG, DAN BLAZER, ALEXANDER
SIMON, CARL EISDORFER, ERIC PFEIFFER, ADRIAN VERWOERT, JAMES BIRREN, SLOANE,
LAWRENCE LAZARUS, JOEL SADAVOY, LISSY JARVIK, SANFORD e FERN FINKEL, JEROME
YESAVAGE, BERNICE NEUGARTEN, MARTIN BEREZIN, STANLEY CATH, DAVID BLAU, RALPH
KAHANA, BARRY REISBERG e muitos outros compoem um excepcional grupo de
estudiosos que lideram uma massa de pesquisadores que ampliam a cada ano os
horizontes do conhecimento sobre a velhice.
Em
1982 foi fundada nos EUA a International Psychogeriatric Association, com sede
em Wilmette, Illinois. Foram seus presidentes: MANFRED BERGENER (Alemanha,
1982-1987), GUSTAV BUCHT (Suécia, 1987-1989), KAZUO HASEGAWA (Japão,
1989-1991) e SANFORD FINKEL (Estados
Unidos, 1991-1995), todos atuantes psicogeriatras tanto no domínio da pesquisa
como no do ensino, publicações científicas e na divulgação desta área do
conhecimento.
Ao
lado do desenvolvimento das grandes escolas psicogeriátricas atuais, assistimos a partir da década de 1950 ao rápido avanço da radiologia,
neurofisiologia, neuroquímica, neuropatologia e neuropsicologia. Na década de 1960
deparamo-nos atônitos com o progresso da informática médica, genética, biologia
molecular, imunologia,
psiconeuroendocrinologia, neurologia clínica e neurocirurgia, microscopia eletrônica, neuropatologia e, a
partir de meados da década, com uma explosão de conhecimentos advindos dos
estudos em neuroquímica com a descoberta dos neurotransmissores e
neuropeptídeos. [40]
Nos
anos 70 a humanidade é aquinhoada com as técnicas de investigação clínica por
imagens como as tomografias computadorizadas, o estudo dos potenciais evocados,
o eletroencefalograma computadorizado, as cintilografias, a ultrassonografia, o
Doppler e inúmeras outras técnicas não invasivas. Nos 80, além de espetaculares
descobertas da neuroquímica, algumas das grandes universidades do hemisfério
norte passaram a contar com a ressonância nuclear magnética, a tomografia por
emissão de pósitrons (PET- Scan), a tomografia por emissão de fótom único
(SPECT) e outras técnicas que vieram tornar obsoletas as anteriores.
Assim,
assistimos atualmente a uma corrida na pesquisa e ciências básicas cujo final
não podemos antever. Os estudos acerca do envelhecimento cerebral acompanham de
perto aqueles do restante do organismo. A descoberta dos radicais livres
ensejou uma busca acelerada de medicamentos e substâncias que propiciassem, já
que não podem obter o rejuvenescimento, pelo menos o retardamento do
envelhecimento. Certamente teremos aí, em prazo não muito distante, importantes
descobertas que possibilitarão o prolongamento da vida em padrões mais
saudáveis, física e psiquicamente.
Acompanhando
o desenvolvimento da medicina e da tecnologia científica, a psiquiatria
anglo-saxônica criou escalas de avaliação para aprimoramento e aumento da
confiabilidade do diagnóstico. Elas foram surgindo a partir da década de 1960,
facilitando, entre outros, o diagnóstico diferencial das depressões e
demências, como as desenvolvidas por FOLSTEIN, BLESSED e HACHINSKY nos EUA.[41] Anteriormente a elas, já haviam surgido as
escalas de avaliação de depressão, como a de HAMILTON, no Reino Unido, que se
tornou padrão em pesquisa e na clínica e a MADRS (Montgomery-Asberg Depression
Rating Scale) abrindo ainda mais o leque de confiabilidade nas avaliações
psiquiátricas. A mais antiga escala
ainda em uso foi desenvolvida em fins dos anos 50 por OVERALL e GORHAM, a BPRS (Brief Psychiatric Rating
Scale), permanecendo também um padrão de avaliação em pesquisa e na clínica. [42]
Com
o desenvolvimento, a partir da década de 1970, das novas classificações
psiquiátricas, tendo inicialmente a escala de FEIGHNER para avaliação de
depressão, o RDC (Research Diagnostic
Criteria) nela inspirada e, logo após, a escala de SPITZER e ENDICOTT,
passou-se a contar com métodos muito mais precisos e confiáveis de
diagnósticos, classificação e, consequentemente, de tratamentos.[43] Com o surgimento do Manual Diagnóstico e
Estatístico, versão III (DSM-III) em 1980, pela Associação Americana de
Psiquiatria, desenvolvido sob a inspiração dos anteriores já citados, houve uma
verdadeira revolução no diagnóstico psiquiátrico. Novas doenças foram descritas e classificadas,
passou-se a adotar o critério categorial descritivo na nosologia, substituindo
o antigo critério etiológico que prevalecia até a CID-9 (OMS-1975). [44]
A distribuição dos diagnósticos através de 5 Eixos fundamentais e a instituição
de critérios mais rigorosos para o diagnóstico, tornaram a psiquiatria muito
mais habilitada a acompanhar o avanço tecnológico da medicina. Em 1987, a
versão revisada da classificação psiquiátrica foi lançada pela Associação
Psiquiátrica Americana, sob o nome DSM-III-R, com novos aperfeiçoamentos e
ampliação nosológica. O impacto positivo dessa classificação em todo o mundo
foi de tal ordem que a Organização Mundial de Saúde passou a organizar, a
partir de meados da década de 1980, uma imensa força tarefa constituída por psiquiatras
de todo o mundo no sentido de criar uma nova classificação internacional que
atendesse às mudanças e ao progresso alcançado na psiquiatria. A influência da experiência americana foi
determinante na elaboração e publicação da versão final da CID-10 em 1993,
seguindo critérios muito semelhantes aos dela. [45]
Em 1994 surge a última versão americana, o DSM-IV, que mantém os critérios
rigorosos das duas anteriores e o aproxima da nomenclatura da OMS, com o
intuito de uniformizar e facilitar o diagnóstico na pesquisa e na clínica nos
EUA e em todos os países que adotaram esse modelo classificatório.
Entrevistas
estruturadas e semi-estruturadas que visam aumentar a confiabilidade e
segurança da avaliação e maior precisão diagnóstica foram desenvolvidas. Em 1975, foi desenvolvido nos EUA, por
técnicos da Universidade de Washington, em Saint Louis, o Roteiro para
Distúrbios Afetivos e Esquizofrenia (SADS). [46]
Em 1987, foi a vez de surgir uma importante escala de avaliação para ser
aplicada ao DSM-III-R (SCID). A versão para o DSM-IV acaba de vir à lume.[47] Na Inglaterra, um grupo da Universidade de
Londres, desde início dos anos 60 desenvolveu uma das mais conhecidas
entrevistas semi-estruturadas da psiquiatria que, pela sua confiabilidade e
fidelidade aos conceitos fenomenológicos clássicos, teve aceitação em grandes
centros universitários de todo o mundo. O Present State Examination (PSE) teve
várias versões lançadas, continuamente aperfeiçoadas, ao mesmo tempo que um software permitia o lançamento dos dados
colhidos em computador e rapidamente é obtido um diagnóstico pela CID-8 (versão
de 1974). [48] A conversão para a CID-9 é relativamente
fácil. Atualmente a versão para a CID-10
(SCAN) já está sendo utilizada em vários centros médicos mundiais.[49]
Os
avanços da neuropsicologia, que herdou de ALEXANDER LURIA todo seu instrumental
científico e técnico e de DAVID WECHSLER seus métodos cada vez mais testados e
aprovados na investigação das capacidades cognitivas humanas, vem completar
todo o instrumental moderno da psicogeriatria.
As baterias de testes neuropsicológicos, como a Luria-Nebraska para o
diagnóstico preciso das pseudodemências depressivas e demências, o Bender-Gestalt no diagnóstico das
dispraxias do lobo parietal e a
Halstead-Reitan no diagnóstico, entre outros, da síndrome pós-concussional,
enriqueceram enormemente a investigação
dessa fronteira ainda nebulosa dos distúrbios psiquiátricos, neurológicos e
comportamentais.
Preparou-se,
assim, o campo para o deslanchar dos conhecimentos na psicogeriatria. Hoje dispomos de um arsenal de exames
complementares e de técnicas de investigação para um diagnóstico aprimorado
tornando-o mais confiável. Os
tratamentos hoje seguem critérios científicos e não puramente empíricos como o
eram em passado recente. A
psicogeriatria e a neuropsiquiatria inserem-se, assim, no contexto das
neurociências em um lugar de destaque e nobre pela sua natureza.
Novos
conhecimentos não cessam de ser produzidos. O volume anual de publicações é
espantoso e só um especialista que dedique muito de seu tempo à leitura de
novos trabalhos consegue se manter atualizado.
A moderna assistência psicogeriátrica intra e extra-muros hoje é
excepcional nos países desenvolvidos, graças a esses avanços, um fator a mais
para contribuir na longevidade dos povos.
Realidade que nós brasileiros precisamos urgentemente assimilar e
adaptar.
[1] KANDEL, E.R.; SCHWARTZ, J.H. e JESSELL, T.M. - Essentials of Neural Science and Behavior. East
Norwalk, Prentice Hall International, Inc., 1995, p. 2.
[2] BEAUVOIR, S. A
Velhice. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira,
1990, p.114.
[3] SADAVOY,J. ; LAZARUS, L.W. & JARVIK,L.F., The
aging process. Introduction. In: Compre-hensive
Review of Geriatric Psychiatry. Washington, American Psychiatric Press, 1991, p.9.
[4]
”Soberano, meu senhor, a velhice está aqui, a senilidade desceu sobre mim, a
fraqueza da minha infância está renovada, assim, eu durmo todo o tempo. Os
braços estão fracos, as pernas têm parado de seguir o coração que se tornou
cansado. A boca está muda, já não pode falar, os olhos estão fracos, os ouvidos
estão surdos, o nariz está bloqueado, já não pode respirar. O gosto se foi
completamente. O espírito está esquecido, ele já não pode mais se lembrar de ontem. Os ossos doem na velhice,
levantar-se e sentar-se são ambos difíceis. O que era bonito tornou-se mal. O
que causa a senilidade nos homens é mau, de todas as formas”.
[5]
Tradução do autor.
[6]
SADAVOY,J.; LAZARUS, L.W. & JARVIK, L.F., op. cit., p. 9.
[7]
Ibid., p.9.
[8]
Esse texto foi obtido na versão em português da Bíblia Sagrada. Tradução de
João Ferreira de Almeida. 11a. Impressão. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica
Brasileira, 1956, p.556.
[9] MÜLLER, C.
& WERTHEIMER, J. - Psychogériatrie. Paris, Masson, 1981, p.8.
[10] Ibid., p. 8.
[11] PLATÃO - Diálogos
III - A República. Rio de Janeiro, Edições de Ouro, Coleção Universidade,
p.286.
[12]
BUSSE, E.W. O Mito, história e ciência do envelhecimento. In: BUSSE, E.W. &
BLAZER, D.G. Psiquiatria Geriátrica. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992, p. 20.
[13]
Ibid., p.20.
[14] MÜLLER,
C. & WERTHEIMER, J., op. cit., p. 8.
[15] Ibid., p. 8.
[16] Ibid., p. 9.
[17] Ibid., p. 9.
[18] BIRREN, J. e CLAYTON, V. - History of
gerontology. In: BIRREN, J. e SLOANE, B. -
Handbook of Mental Health and Aging. New Jersey, Prentice-Hall, 1980. Mimeo, p.3.
[19] Ibid., p. 4.
[20] MÜLLER, C.
e WERTHEIMER, J., op. cit., p. 8.
[21] SADAVOY,J. ;
LAZARUS, L.W. e JARVIK,L.F., op. cit.
p12.
[22] BIRREN, J. e
CLAYTON, V. , op. cit., p. 5.
[23] Ibid., p.12.
[24]
BIRREN, J. e
CLAYTON, V., op. cit., p. 7.
[25] BURGEMEISTER,
J.J., CORDEIRO, J.D. e AJURIAGUERRA, J.
- Les États Délirants Tardifs. In: Psychopathologie
de la Vieillesse. Confrontations Psychiatriques, No.5, Paris, Specia, 1970, p. 63.
[26] FONDATION
INSTITUT DE PRODUITS DE SYNTHESE ET D’EXTRACTION NATURELLE (FONDATION IPSEN) - La Maladie d’Alzheimer. Paris, Générale
Graphique Éditeur, 1987, p. 11.
[27] SADAVOY,J.; LAZARUS, L.W. & JARVIK, L.F., op.
cit., p. 11.
[28] Ibid., p. 11.
[29] BIRREN, J e CLAYTON, V. - op. cit., p. 7.
[30]
Ibid., p. 8.
[31]
Ibid., p. 8.
[32] Voronov tornou-se conhecido com suas
experiência sobre o rejuvenescimento. Propugnava ele, baseado em supostas
observações científicas, que injeções de extratos de glândulas sexuais de
animais jovens era capaz de rejuvenescer pessoas idosas. (Nota do autor).
[33] IVANOV-SMOLENSKY, A.G. - Esbozos Sobre la Patofisiologia de la Actividad Nerviosa Superior. Editorial Universitaria, Buenos Aires, 1955,
pp.150-151.
[34] PICHOT, P. -
The evolution of pharmacotherapy in the treatment of older people. In:
BERGENER, M. e FINKEL, S. - Clinical and
Scientific Psychogeriatrics. Vol. 2. The Interface of Psychiatry and Neurology.
Springer Publishing Company, New York, 1990, p. 255.
[35] Ibid., p. 11.
[36] BARRACLOUGH, -
Suicide in the elderly. In: Recent
Developments in Psychogeriatrics - A Symposium. Headley Brothers Ltd.,
London, 1971.
[37] SADAVOY,J.; LAZARUS, L.W. & JARVIK, L.F., op.
cit., p. 14.
[38] MÜLLER, C. & WERTHEIMER, J., op. cit., p 1.
[39] PICHOT, P.,
op. cit., p. 256.
[40] COYLE, J.T. - Neurociência e psiquiatria. In:
TALBOTT, J.; HALES, R. & YUDOFSKY, S. - Tratado
de psiquiatria. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.
[41]
INSTITUT DE PRODUITS DE SYNTHESE ET D’EXTRACTION NATURELLE (IPSEN), op. cit.,
pp.45-49.
[42]
CLARKIN, J.F. & HURT, S.W. Avaliação
psicológica: testes e escalas de classificação. In: TALBOTT, J., HALES, R. e
YUDOFSKY, S. Tratado de psiquiatria. Porto
Alegre, Artes Médicas, 1992.
[43]
ALONSO-FERNÁNDEZ, F. La depresión y su
diagnóstico. Barcelona, Editorial Labor, 1988.
[44] ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE Classificação de transtornos mentais e de
comportamento da CID-9 - Rio de Janeiro, Gráfica
do INAMPS, 1979.
[45] ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE Classificação de transtornos mentais e de
comportamento da CID-10 - Descrições clínicas e diagnósticas. Porto Alegre,
Artes Médicas, 1993.
[46] SPITZER, R.L. & ENDICOTT, J. Roteiro para distúrbios afetivos e
esquizofrenia. Tradução de Ivan M. Braun e revisão da equipe do Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. São Paulo, Mimeo, 1978.
[47] SPITZER, R.L.;
WILLIAMS, J.B.W.; GIBBON, M. & FIRST, M.B. Structured clinical interview for DSM-III-R (SCID). Washington,
DC, American Psychiatric Press, 1990.
[48] WING, J.K.,
COOPER, J.E. & SARTORIUS, N. Measurement
and classification of psychiatric symptoms. London, Cambridge University
Press, 1978.
[49] WING, J.K. et
al. - SCAN - Schedules for clinical
assessment in neuropsychiatry. Arch Gen
Psychiatry, 47:589-593, June 1990.
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