sábado, 25 de maio de 2013

Saudação ao Dr. João Belline Burza




João Belline Burza (1918-1989).

Em 1986, tive a honra de receber em minha casa o Dr. João Belline Burza, um dos mais brilhantes neurocientistas brasileiros do período entre 1946 e 1964, quando, por motivos políticos, teve de se exilar na União Soviética, até 1974. Quando retornou, estava com seus direitos políticos cassados e foi preso ainda na escada do avião em Viracopos, onde toda a sua família e muitos membros da comunidade da cidade de Ouro Fino, Sul de Minas, lá o esperavam. Ficou preso incomunicável por seis meses sofrendo torturas psicológicas. Com o auxílio de políticos, dentre os quais o ex-governador de São Paulo Franco Montoro, e com a interferência de militares de alto coturno, amigos da família, foi liberado. O Dr. Burza, algum tempo depois de recuperado, parcialmente, diga-se de passagem, voltou a clinicar em São Paulo. Alguns meses depois de sua libertação sofreu um primeiro AVC, provavelmente decorrente das provações e torturas psicológicas recebidas. Sua saúde deteriorou-se rapidamente, quando foi aconselhado por seu médico a retornar para a casa materna em Ouro Fino. Assim o fez e logo granjeou grande amizade e clientela em Ouro Fino, em toda a região do Sul de Minas. Vinham clientes de todo o Brasil para se consultar com ele, dada sua fama de grande e competente médico, além de exemplar figura humana.

Quando foi preso, o Dr. Burza quase teve destruídos os originais do livro que havia escrito por quase dez anos na União Soviética, intitulado: "Cérebro, Neurônio e Sinapse". Continuamente, os militares que o mantinham cativo ameaçavam tomar essa infame medida. Ao final de muito sofrimento, quando foi libertado, teve seus originais devolvidos em finais de 1974. Voltou a clinicar em São Paulo, onde estudou, trabalhou e pesquisou desde moço. Ele era oriundo de uma família de italianos que se estabeleceram em Ouro Fino no início do século XX. Seu pai, Antônio Burza, era o melhor alfaiate da cidade e criou todos os 5 filhos (apenas o Dr. Burza de homem) da melhor forma que pode, usando seus parcos recursos financeiros. Todos se tornaram grandes personagens nesta bela e acolhedora cidade do interior mineiro. O pai falecera havia muitos anos, quando o Dr. Burza era ainda estudante.

Conheci o Dr. Burza através de um amigo comum, o Dr. Wilson Castelo de Almeida, meu antigo professor de Medicina Preventiva na Faculdade de Medicina da UFMG, também de Ouro Fino, e que havia deixado Belo Horizonte para alçar novos voos em São Paulo. Eu havia lançado em 1975 meu primeiro livro, intitulado "Introdução à Psiquiatria Reflexológica", um estudo sobre as teorias e pesquisas do grande cientista russo Ivan Petrovitch Pavlov, prêmio Nobel de medicina em 1904, em decorrência de sua descoberta dos Reflexos Condicionados. Então, eu era um adepto dos métodos pavlovianos na clínica e terapêutica psiquiátricas. Somente mais tarde, fui adotando, cada vez mais, os princípios e os métodos terapêuticos das teorias da aprendizagem e do behaviorismo (Terapia Comportamental). Posteriormente, abracei integralmente a ciência cognitiva e seu corolário terapêutico para transtornos mentais e psicológicos: a Terapia Cognitiva.


Dr. João Belline Burza e o autor. Outubro de 1980.
Visita à sua casa em Ouro Fino (MG).
Foto em frente à escada de sua residência.


O Dr. Burza era uma referência para mim, desde que iniciei minha Residência Médica, em psiquiatria, em 1969, e encetei meus primeiros estudos da teoria pavloviana. Ele já era um mestre e pesquisador consagrado, conhecido largamente no Brasil e no Exterior. Ele já havia estado na União Soviética por algumas vezes, quando trabalhou com alguns dos luminares da neurofisiologia e da psiquiatria pavlovianas. Havia também escrito vários trabalhos muito conhecidos e traduzido um livro, que adquiri em minhas andanças por bibliotecas e sebos do Rio de Janeiro e São Paulo, intitulado "A Ciência dos Sonhos - Teoria Fisiológica", de Feodor Petrovitch Maiorov, publicado em São Paulo, em 1962, pela Editora Fulgor. Maiorov havia sido discípulo e trabalhado com Pavlov, nas décadas de 1920 e 1930. Trabalhou sempre na famosa "Torre do Silêncio", nos laboratórios de Pavlov, em Leningrado (atual São Petersburgo), laboratórios esses que tive a honra e o orgulho de conhecer quando visitei a União Soviética em 1981. Esta viagem, claro, naqueles tempos, não seria possível sem a preciosa recomendação do Dr. Burza. O livro de Maiorov era considerado uma bíblia da ciência dos sonhos pelos pavlovianos. Foi uma relíquia que, quando descobri, em São Paulo, lá pelos idos de 1972/73, imediatamente o adquiri, li e reli inúmeras vezes e o guardo, hoje, em minha biblioteca, com muito carinho. O prólogo, a tradução e o apêndice do livro no Brasil são de autoria do Dr. Burza. No frontispício do mesmo encontra-se reproduzida uma dedicatória de Maiorov ao Dr. Burza, em russo, cuja tradução é a seguinte: "Ao querido João Belline Burza, numa grata recordação e com os meus anseios de que continue a criação desta obra. F. Maiorov. Leningrado, 15-03-1958".

O meu exemplar desta preciosidade, posteriormente, recebeu, a meu pedido, uma dedicatória do próprio Dr. Burza, assim escrito: "A meu caro e ilustre Antônio Carlos: uma grata recordação de nosso encontro em São Paulo e como marca de nossa amizade. Burza. 7/3/80".

Depois de apresentados pelo Dr. Wilson, trocamos correspondência por algum tempo. Em 1979, eu e minha família o visitamos em Ouro Fino, quando fomos recebidos como se fôssemos dignitários estrangeiros na residência de sua mãe, Dona Luiza, onde ficamos alojados no próprio quarto da matriarca. Uma recepção reservada somente aos amigos chegados de muito tempo. E nossa amizade havia começado apenas dois anos antes, quando, após o primeiro contato, enviei-lhe um exemplar de meu livro.

Em sua casa fomos maravilhosamente atendidos por suas duas irmãs solteiras, que residiam na mesma casa, Maria Luiza e Julieta Burza, duas figura honoráveis da cidade de Ouro Fino. A casa dos Burza era por demais conhecida na cidade, pois era um verdadeiro museu. Em sua sala de visitas havia uma coleção de peças de arte, em forma de esculturas, quadros e enfeites os mais diversos, de origem italiana e alguns russos. Dentre estes últimos se destacava um enorme samovar, de quase um metro de altura, que havia sido trazido de Moscou para o Brasil na bagagem de um diplomata. Só assim esta valiosíssima peça, do século XIX, poderia sair da União Soviética, já que havia estritas leis proibindo a exportação de antiguidades. Havia pinturas feitas nas próprias paredes da sala, do alpendre e de alguns quartos, o que era comum em casas de famílias cultas no Brasil, do primeiro terço do século XX. Em geral, reproduziam temas bucólicos, tais como jardins, campos, matas, flores e animais silvestres. Foram dias inesquecíveis, cerca de três, que passamos junto aos Burza. Meus filhos eram crianças e até hoje se lembram das pessoas e das peças de arte dos Burza. Voltamos lá mais umas duas vezes.

As fotos a seguir foram extraídas do blog da jornalista Clara Favilla, natural de Ouro Fino e residente em Brasília, grande amiga da família Burza. O link da Sra. Favilla é:


http://blogdacidadedeourofino.blogspot.com.br/2009/09/linda-casa-da-julieta-burza.html


(recomendamos abri-lo com o Google Chrome).

A casa da família Burza. O belo jardim e o estilo
arquitetônico art-nouveau, de princípio do século XX.
Um monumento arquitetônico que deveria ser
tombado pela Prefeitura Municipal
de Ouro Fino. Foto Clara Favilla.

A escada dando para o alpendre com seus
afrescos nas paredes. Foto Clara Favilla.

Afresco à esquerda da entrada.
Foto Clara Favilla.


Afrescos em duas paredes à direita da entrada.
Foto Clara Favilla.


Sala de visitas da casa da família Burza.
Em primeiro plano, o piano de calda de Julieta Burza.

Foto Clara Favilla.


Cristaleira e objetos de arte importados da Itália.
Foto Clara Favilla.


Móveis do início do século XX. Na parede fotos do
Sr. Antônio Burza, o patriarca, e do rei da Itália,
 Vitório Emmanuelle III. Sobre o móvel, foto de
formatura do Dr. João Belline Burza.

Foto Clara Favilla.


Espelho e lavabo de porcelanas italianas.
Foto Clara Favilla.


Em 28 de agosto de 1986, compareci à Bienal do Livro de São Paulo, realizada no Ibirapuera, onde o Dr. Burza lançou, finalmente, seu livro "Cérebro, Neurônio, Sinapse - Teoria do sistema funcional de P.K. Anohin, seguidor avançado de I.P. Pavlov". Senti toda a sua felicidade naqueles momentos de glória e reconhecimento e eu não poderia estar ausente. Guardo também com muito carinho, em minhas estantes de livros, esta obra imorredoura. Estava ele acompanhado de sua dileta irmã e colaboradora, quase secretária, Maria Luiza Burza. Sua dedicatória, com sua letra já bastante tremida, e quase ilegível em função de outros AVCs que sofrera, foi: "Para Antônio Carlos, a homenagem e a admiração do Burza. 28/8/86". Guardo comigo algumas cartas que ele me enviou, onde se pode ver, nitidamente, a deterioração de sua escrita em função do agravamento de seu quadro neurológico.



Moscou, janeiro de 1958. Casa dos Cientistas. Jubileu P.K. Anokhin
(60o. aniversário). Da esquerda para a direita: Prof. V.V. Parin,
vice-presidente da Academia de Ciências Médicas da URSS;
Anokhin; Prof. Horsley Gantt, chefe dos Laboratórios Pavlovianos
da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos) e Dr. J.B. Burza.
In: Burza, J.B. Cérebro, neurônio, sinapse. São Paulo.
Ed. Ícone, 1986. Pg. 78.

São Paulo, agosto de 1959. Aeroporto de Congonhas,
quando da visita do Prof. P.K. Anokhin ao Brasil.
Da esquerda para a direita: Núncio Carelli;
Dr. Ideval Alcântara de Carvalho; Oscar de Arruda Moraes;
Dr. J.B. Burza. Sentado, P.K. Anokhin, ladeado pela
família Carelli.
In: Burza, J.B. Cérebro, neurônio, sinapse. São Paulo.
Ed. Ícone, 1986. Pg. 80.
Moscou, janeiro de 1968. Cátedra de Fisiologia do 1o. Instituto de Medicina
de Moscou. Jubileu do Acadêmico P. K. Anokhin (70o. aniversário).
Da esquerda para a direita: Prof. V.A. Chidlovski, chefe da Cátedra de
Fisiologia do Instituto de Aperfeiçoamento Médico de Moscou;
P.K. Anokhin; Prof. Igor Orlov, chefe do laboratório de
Neuroquímica Funcional do Instituto Setchenov de Fisiologia;
Dr. J.B. Burza.
In: Burza, J.B. Cérebro, neurônio, sinapse. São Paulo.
Ed. Ícone, 1986. Pg. 84.

Em novembro de 1986, convenci o Prof. Austregésilo de Mendonça, proprietário da Casa de Saúde Santa Maria, onde eu trabalhava há vários anos, grande figura humana, que já conhecia o Dr. Burza da década de 1950 e início de 1960, quando este era ainda professor da Universidade de São Paulo, a convidá-lo para vir a Belo Horizonte. O Prof. Austregésilo, muito bem articulado, apoiado pelo firme incentivo do Prof. Paulo Saraiva, da Academia Mineira de Medicina, meu grande amigo e também médico no mesmo hospital, organizara com a Diretoria da Associação Médica de Minas Gerais a entrega do título de Sócio Honorário da AMMG para o Dr. Burza.

Assim é que recebemos em nossa casa o Dr. João Belline Burza, com seu ajudante, meio cuidador dadas suas dificuldades psicomotoras, e suas irmãs Maria Luiza e Julieta Burza. À noite, era uma quarta-feira, dia das tradicionais reuniões do Centro de Estudos Austregésilo de Mendonça, houve a sessão de gala de entrega do título, fornecido pelo Presidente da AMMG. Na ocasião, proferi o discurso, escrito, dada a variedade e riqueza da vida do Dr. Burza, para que não houvesse o mínimo erro. Ficamos todos emocionados. Posteriormente, o Prof. Austregésilo, com sua habitual verve, me confidenciou que ficou preocupado com o estado emocional do homenageado e receou que ele tivesse uma apoplexia (AVC fatal) durante a solenidade. Este texto agora tenho o orgulho de reproduzir aqui, depois de tantos anos guardado em meus arquivos. Faço-o com a certeza de que homenageio uma das figuras humanas mais importantes de minha vida, dentre tantas outras que conheci.

O Dr. Burza faleceu em decorrência de outro AVC (tivera vários) em 1989, logo após meu retorno de um estágio na França, em 1988. Compareci à Missa de Sétimo Dia em Ouro Fino, onde, pela última vez, tive contato com esta bela casa. Dele guardo as mais gratas recordações e serei eternamente reconhecido a ele pelas suas orientações, pelo seu exemplo de trabalho e seriedade. Admiráveis em sua personalidade foram suas convicções políticas e ideológicas. Foi um marxista convicto até o fim. Apesar de eu não mais comungar dos mesmos ideais marxistas-leninistas, o que eu fizera em minha juventude, sempre respeitei suas posições firmes e nunca discutimos qualquer tema que fosse que envolvesse política ou ideologia. Uma vez, quando de um de nossos últimos encontros, lembro-me de ter-lhe perguntado se ainda acreditava nos princípios marxistas. Respondeu-me incontinenti: "Acredito como agora vejo a palma de minha mão". Fiquei impressionado com suas convicções e certezas. Não mais falamos sobre isso. Nossas conversas, fora os temas neurocientíficos, eram de trivialidades e generalidades. Geralmente, eu o ouvia absorto relatar suas experiências de vida na União Soviética, país que conheceu profundamente. Tanto que se casou com uma cidadã soviética, que lhe antecedeu no seu retorno ao Brasil. A ela nada ocorreu quando chegou, dada a recente abertura diplomática do Brasil com a União Soviética, que a ditadura militar (o governo era de Geisel) havia tomado a iniciativa de realizar em função de boas perspectivas de negócios com o gigante euro-asiático.

Abaixo segue-se o texto de minha fala.

https://docs.google.com/file/d/0B9zBbq3OaOaNeHFyczh6Q0d6cFU/edit

(recomendamos abri-lo com o Google Chrome).

Para aqueles que desejarem conhecer mais sobre este grande cientista brasileiro recomendo uma visita ao link abaixo, da revista Histórica, do Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde há um excelente texto de Luciana da Conceição Feltrin sobre o Dr. João Belline Burza.

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao39/materia03/

(recomendamos abri-lo com o Google Chrome).

A irmã do Dr. Burza, Maria Luiza, faleceu há aproximadamente dez anos. No início de maio deste ano de 2013 fui surpreendido com a notícia do falecimento de Julieta Burza. A tristeza que me invadiu não pode ser aquilatada em palavras. 

Que todos descansem em paz!






Carta que o Dr. Burza enviou, de Moscou, em 1968, para seu colega
Prof. Carlos da Silva Lacaz, um dos mais eminentes professores
da história da USP. Cópia gentilmente enviada pelo seu sobrinho
Dr. Leonardo Piovesan Mendonça, médico geriatra em São Paulo.




Carta que o Dr. Burza escreveu para o Prof. Lacaz, de Ouro Fino, em 1978.
Cortesia do Dr. Leonardo Piovesan Mendonça.



Dr. Burza, citado na Revista Paulista de Medicina, em 1984.
Cortesia do Dr. Leonardo Piovesan Mendonça.


Convite para a inauguração do retrato do Dr. Burza na
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 1989.
Cortesia do Dr. Leonardo Piovesan Mendonça.

9 comentários:

  1. Prezado Professor Dr Antonio Carlos de Oliveira Correa,

    Hoje por uma felicidade, ou melhor, fruto do destino e compilação do cosmos, ao procurar no google se haviam publicado as fotos de minha Tia Julieta Burza (homenagem na Camara Municipal de Ouro Fino-MG), pude conhecer seu blog Centro de Atenção Cognitiva.

    Sou médico, sobrinho do Dr Burza e da querida Tia Julieta, nascido em Ouro Fino-MG, mas atualmente resido com minha familia em São Paulo (apesar de minha esposa ser mineira de BH), onde exerco minha profissão. Sou Especialista em Geriatria (motivo a mais que me interessei por seu site).

    Fiquei muito lisonjeado pelas palavras que o Sr escreveu sobre meu estimado Tio. Infelizmente tive pouco contato com ele na minha infancia em Ouro Fino, pois faleceu precocemente quando eu ainda não havia ingressado na Faculdade de Medicina em Pouso Alegre-MG. Mas me recordo de sua expressao serena, sua sabedoria, sua intelectualidade e das historias curtas sobre os lugares exoticos do mundo e experiencias.

    Me emocionei ao ler o discurso que o Sr preparou para sua homenagem em BH. Comovente e real. Senti com se estivesse vivendo aquele dia!

    Era muito ligado a Tia Julieta, desde minha infancia, e nos falavamos quase todos os dias. Ainda sentimos muito sua falta. Sua morte fui prematura, pois apesar da idade avançada era autonoma, independente, tinha uma vivacidade incrivel!

    Tenho muitos documentos do meu Tio Burza, pois Tia Julieta a mim incumbiu de organiza-los para o reconhecimento de sua Anistia Politica. Tia Julieta nao tinha filhos, mas a mim sempre considerou, e fui surpreendido com seu testamento pois sua casa (a que o Sr menciona no site) e seus pertences foram deixados para minha pessoa. Portanto tenho a missão de conservar tudo que lá temos. Inclusive do Dr Burza. Tinha a ideia de um dia reeditar seu livro.

    Espero ter prazer e a honra de um dia conhecê-lo e poder compartilhar de seus ensinamentos e dos relatos da convivencia com o Dr Burza.

    Um forte abraço e em nome de todos os familiares eu gostaria de agradece-lo pela belissima homenagem!

    Muito obrigado!

    Dr. Leonardo Piovesan Mendonça
    Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB
    CRM/SP 110467

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  2. Prezado Dr. Leonardo,

    Assim que terminei minhas atividades de hoje, entrei no Google para ver se seu email havia chegado. E como chegou! Fiquei emocionadíssimo quando o li e, até agora, ainda estou com um nó na garganta, assim como minha companheira (que não conheceu o Dr. Burza). Senti-me totalmente compensado no meu trabalho de divulgar os aspectos que conheci deste grande cidadão brasileiro, e (por que não?), do mundo. Suas palavras calaram fundo em meu coração. Tenho a satisfação, todos os dias, de conferir quantas visualizações cada postagem minha, neste blog, apresenta. A postagem sobre o Dr. Burza conta, neste momento, com 52 leitores. E olhe que o postei há poucos dias (dia 25 de maio). É uma das mais acessadas deste blog, perdendo para alguns temas de muito apelo popular, como doenças neuropsiquiátricas importantes, e a postagem sobre Breve História da Psiquiatria Mineira (postado dia 7/11/12, com 377 visualizações).

    Fiquei muito feliz em saber que aqueles tesouros da casa de D. Luiza Burza (que conheci quando de minha primeira visita a Ouro Fino, em 1980) estão agora em ótimas mãos. Aquela casa, com todos os objetos, documentos e recordações que guarda, seria motivo de tombamento pela Prefeitura Municipal de Ouro Fino. Ali reside um tesouro que não tem preço. Deveria ser transformada em um museu municipal, pois guarda a memória de um dos maiores cientistas e humanistas brasileiros. Acho que o Dr. Burza, e toda sua bela família, merecem tal homenagem. Nós brasileiros precisamos valorizar o que temos de bom, pois os noticiários só transmitem nossas misérias e calamidades.

    Recebi, há pouco tempo, o último livro do Dr. Wilson Castello de Almeida, que foi quem me apresentou ao Dr. Burza. Estou em falta com ele, pois ainda não o respondi em agradecimento. Vou fazê-lo neste fim de semana.

    Parabenizo-o pela sábia escolha de nossa saudosa Julieta Burza para curador deste tesouro precioso!

    Caso tenha fotos interessantes do Dr. Burza e família, fotos melhores e mais nítidas daquela inesquecível residência, que o prezado colega achar conveniente divulgar em meu blog, peço-lhe autorização para fazê-lo Para mim será uma grande honra. Caso hajam falhas e incorreções em sua biografia, peço-lhe a gentileza de corrigi-las que o farei imediatamente. Peço-lhe também sua autorização para reproduzir no texto da postagem sobre o Dr. Burza o amável e comovente email que acabo de receber.
    Coloco-me ao seu dispor em BH e, quando vier às Alterosas, será um grande prazer recebê-lo e à sua família.

    Com meus mais efusivos cumprimentos e, mais uma vez, meu agradecimento, desejo ao colega, e a todos os seus, muita paz e luz!

    Antônio Carlos O. Corrêa

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  3. Prezados Doutor Antônio Carlos e Doutor Leonardo,

    Vocês não imaginam como também fiquei feliz em ler tudo o que vocês postaram sobre o Doutor João Belline Burza!

    Há poucos dias postei em nossa página (https://www.facebook.com/pages/Yes-Minas/340574779356865) um concurso para premiar a melhor foto da Praça João Belline Burza que hoje passa por uma "revitalização".

    Hoje vamos anunciar a foto premiada e achamos que seria muito inspirador se divulgássemos um pouco da vida e obra dessa pessoa fabulosa que foi o Doutor João Belline Burza.

    Foi justamente nesta busca que deparamos com a página do Doutor Antônio Carlos de Oliveira Corrêa e conhecemos um pouco a história de vida do Doutor Burza.

    Além disso, foi uma grata surpresa saber que o Doutor Leonardo pretende preservar a casa dos Burza com toda a sua rica memória para todos nós.

    Muito prazer!

    Maria Consuelo Apocalypse Jóia Paulini.

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    1. Prezada Maria Consuelo,

      Inicialmente, peço-lhe perdão por não ter-lhe respondido antes. Estive tão atarefado com outros compromisso, estou a escrever um livro sobre história de meus antepassados, que somente hoje voltei a esta postagem sobre o Dr. Burza. Você não pode imaginar a emoção que me envolveu ao saber que meu texto sobre este grande médico e ser humano tem contribuído para divulgar o seu tão esquecido trabalho. Infelizmente, alguns brasileiros têm memória muito curta. Outros, pelo contrário, como você, ao valorizar nossa história, contribuem de forma decisiva para que a memória dos grandes brasileiros não se apague na espuma dos tempos. Parabéns pelo seu trabalho e espero que tenho pleno êxito. No que precisar, estou à sua disposição.
      Com um grande abraço,

      Antônio Carlos de Oliveira Corrêa

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  4. Olá doutor!
    Em primeiro lugar, parabéns pela matéria sobre o meu conterrâneo.
    Gostaria muito de saber sobre um outro lado do doutor Belline.
    Revirando antigos documentos do google, encontrei um de seus poemas, os quais, costumava publicar em um jornal da Universidade, isso quando ainda era estudante.
    Sinceramente, fiquei de queixo caído.
    Pode, por gentileza, dizer se ele chegou a publicar algum livro de poesias?
    Estou ensaiando a montagem de um livro, sobre a passagem dos capuchinhos em Ouro Fino. Eu fui seminarista e tive um contato muito próximo com sua irmã Julieta.
    Se puder responde esse comentário, ficaria imensamente agradecido.
    Laércio Carvalho

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    1. Olá, Laércio! Desculpe-me pela demora em responder-lhe. Não conheço os poemas do Dr. Burza. Ficaria muito orgulhoso de poder receber alguns deles a fim de reproduzir aqui. Acho que o mundo precisa conhecer melhor este grande brasileiro que o Dr. Burza foi. Estou à sua disposição.
      Um grande abraço.

      Antônio Carlos Corrêa

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    2. Obrigado Dr.Antônio Carlos. Estou tentando localizar o arquivo de origem. Assim que conseguir encontrá-lo terei o maior prazer e postar o link. Abraços!

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  5. Antonio Carlos, grande abraço. Boas lembranças, trás suas palavras sobre a vida e obra do Dr. Burzinha. Saudades igualmente da fraternidade reinante na casa, gerenciadas pelas suas irmãs queridas Julieta e Marilu, em Ouro Fino. Nascido igualmente nesta cidade tive contato muito próximo desta sua cultura universal, científica e poética.

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    1. Olá, Adriano! Quanta saudade de todos os Burza você me desperta com seus comentários. Dá um nó na garganta só de me lembrar desta grande e bela família. Assim como de toda a comunidade de Ouro Fino que conheci.

      Um grande abraço.

      Antônio Carlos Corrêa

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