segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Memória



Compêndio que aborda o tema Memória do ponto de vista das neurociências. Inclui desde a definição científica e filosófica desta função psíquica, passando pelos conhecimentos históricos sobre o tema desde a Antiguidade até os dias atuais. Relata as principais descobertas científicas que conhecemos hoje sobre a memória, incluindo os avanços da neuropsicologia, neurobiologia, neuroquímica e neuroimagens. Aborda os transtornos da memória, suas alterações normais, sua avaliação e os principais testes utilizados. Apresenta três anexos com as classificações dos transtornos da memória e suas subdivisões.


Este livro teve por base a minha monografia de conclusão do I Curso de Pós-Graduação "Lato-Sensu", em neuropsicologia, para obtenção do título de Especialista, na Faculdade de Ciências Humanas (FUMEC), de Belo Horizonte, em 2002. A monografia foi escrita em 270 páginas. O livro, concluído e publicado em 2010, contém 670 páginas, em função dos acréscimos de capítulos, atualização e farta ilustração. Ele está disponível, para aquisição, em todas as livrarias virtuais do Brasil.


A monografia pode ser vista nos links abaixo (melhor visualizada com Google Chrome):


https://docs.google.com/file/d/0B9zBbq3OaOaNRHRQSkI3dFpmbVk/edit?pli=1


https://docs.google.com/file/d/0B9zBbq3OaOaNQkQxX1ozbTY0UVE/edit




terça-feira, 4 de junho de 2013

Psicogeriatria e Envelhecimento no Brasil

Leonardo da Vinci (1452-1519). Perfil de um homem velho. Ca. 1505.
Galleria degli Uffizi, Firenze, Itália.


Esta monografia foi finalizada em março de 1995, quando concluí o Curso de Especialização em Gerontologia, pela Faculdade de Ciências Humanas, da FUMEC, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. No segundo semestre do mesmo ano, ela foi ampliada e transformada em livro, que foi publicado pela Editora Health, de Belo Horizonte. Seu lançamento se deu no dia 18 de dezembro de 1995, nos salões da Associação Médica de Minas Gerais.

Aqui está a monografia disponibilizada para os interessados nos temas do envelhecimento, de gerontologia, geriatria, psiquiatria, neurologia e psicologia. 

Pode ser acessada no link abaixo (melhor utilizar o Google Chrome): 

https://docs.google.com/file/d/0B9zBbq3OaOaNZVYtOWEzSDRDdDg/edit?usp=sharing

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Psicopatologia do Envelhecimento








Claude Monet (1840-1926). Water Lily Pond.
O genial pintor, à medida em que envelhecia,
não perdeu jamais sua capacidade de ver as cores do mundo

     Este texto foi por mim traduzido há mais de 20 anos, do livro Psicopatologia do Envelhecimento, dos profs. Jean-Marie Léger, Jean-François Tessier e Mme. D. Mouty. Todos do Centro Hospitalar Universitário (CHU) Esquirol, da Universidade de Limoges, França. Este foi o centro universitário onde estagiei em 1988, quando, pela primeira vez, mantive contato com a psicogeriatria, então uma especialidade quase desconhecida no Brasil. 

       O livro foi publicado, em 1989, por Doin Éditeurs, de Paris. Trata-se de uma obra que tem grande utilidade pública dado seu foco nos eventos psíquicos que ocorrem durante o processo do envelhecimento. Eu o recebi, enviado pelo próprio prof. Léger, em 1991. No ano seguinte, já estava traduzido por mim para o português. Foi publicado no Brasil, pela Editora Vozes, em 1994, apenas em parte. Mais exatamente quase a metade da edição francesa. Para mutilar tanto assim a obra, os editores alegaram razões de que o livro expunha muito os modelos assistenciais para idosos na França,  hospitalares e extra-hospitalares e tratamentos que não eram aplicados no Brasil. Mesmo assim, a obra traduzida se esgotou rapidamente e quem a tem não a disponibiliza de forma alguma. A editora não se manifestou interessada numa segunda edição e já se vão quase 20 anos de sua publicação entre nós. Tudo indica que será mais uma dessas obras que desaparecerão do público interessado. 
     Tomei a iniciativa de disponibilizar aqui o texto integral do original francês, por mim traduzido. Seguramente contribuirá muito para inspirar todos os interessados na questão assistencial ao idoso, além, é claro, das questões psiquiátricas e psicológicas que envolvem o envelhecimento em si. Deve-se relevar os medicamentos relacionados, das décadas anteriores a 1990, e, portanto, já suplantados por uma nova geração de medicamentos tão eficazes quanto aqueles. O texto ainda permanece de uma atualidade enorme e preenche uma lacuna imperdoável em nosso meio.
     As fontes são devidamente creditadas, os autores referenciados na primeira página, em respeito aos mesmos. 
        O leitor poderá apreciar aqui o inconfundível estilo francês de escrever, em particular nas áreas da psiquiatria, psicanálise e psicologia. O texto poderá ser acessado no link abaixo (recomendamos a utilização do Google Chrome):  

https://docs.google.com/file/d/0B9zBbq3OaOaNSHkwQ2NhQlFtWFk/edit

sábado, 1 de junho de 2013

Delírio Dermatozóico de Ekbom


Karl Axel Ekbom (1907-1977)

O Delírio Dermatozóico de Ekbom, também conhecido como síndrome de Ekbom, delírio de infestação parasitária, acarofobia, "delusional parasitosis" e parasitose psicogênica, é uma doença que ocorre raramente. Observa-se, mais frequentemente, em consultórios ou ambulatórios de atendimento a pessoas idosas, mas ocorre também em pacientes pré-senis. É caracterizado por uma crença firme e bem estabelecida de que o paciente está infectado por vermes que saem de sua pele, ou se deslocam por debaixo da mesma, preponderando em áreas do couro cabeludo, boca, olhos e região genital. A maioria dos pacientes é do sexo feminino. Com frequência, está associada a isolamento social e às demências, em particular a demência de Alzheimer. Pode ocorrer também associação a transtornos orgânicos, como hipertireodismo, diabetes e intoxicações medicamentosas.

O prof. Ekbom também foi o primeiro a descrever a
 Síndrome das Pernas Inquietas.

A primeira descrição clínica deste quadro deve-se a Thibierge, em 1894, que lhe deu o nome de acarofobia. Em 1896, Perrin publicou três casos aos quais denominou de neurodermia parasitofóbica, em duas mulheres e um homem, em idades próximas aos 50 anos. Em geral, havia prurido intenso, com escarificação da pele, sem que qualquer transtorno dermatológico tenha sido encontrado.

Pequenos parasitas que correm por debaixo da pele, mas que
podem também ser interpretados como insetos, tais como formigas.

Em 1938, o psiquiatra sueco Karl Axel Ekbom (1907-1977) descreveu esses casos mais detalhadamente e os enquadrou em um quadro sintomatológico mais amplo, dando-lhe uma classificação nosológica distinta.

O trabalho original de Ekbom.

As principais características desta síndrome são:
1-   É rara e de início insidioso (em pouquíssimos casos têm início súbito);
2-   Geralmente é encontrada em mulheres idosas ou no período involutivo;
3-    É um transtorno delirante isolado, sem a presença de outros delírios, pobre, monotemático, coerente e apoiado em sensações tácteis variadas, que levam a coceiras e picadas;
4-   Atinge principalmente o couro cabeludo, tórax e orifícios corporais;
5-   Pode ocorrer após contatos com animais, após alguma relação sexual ocasional, ou após proliferação de insetos, como baratas, na residência do paciente;
6-   São crônicos;
7-   O paciente relata a presença de pequenos parasitas, do tipo pequenos vermes, que saem da pele ou andam sob a mesma, caem de seus cabelos, e pode até sentir os odores dos “bichinhos”;
8-   Os parasitas são descritos como algum tipo de piolhos, vermes ou mosquinhas;
9-   Há uma percepção visual deformada da pele do próprio paciente, a ponto do mesmo interpretar que os poros são pequenos buracos escavados pelos parasitas;
10-          Os pacientes tentam convencer os que lhes estão próximos de que estão sofrendo uma infestação real, muitos deles até arrancam pedacinhos da pele com auxílio de agulhas e lâminas de barbear, e os guardam em vidrinhos com álcool para provar sua existência;
11-          Alguns pacientes tentam se ver livres dos parasitas tomando banhos sucessivos e lavando, com frequência, seus cabelos;
12-          Muitos pacientes desenvolvem o temor de contaminar outras pessoas o que os leva a um grande isolamento social;
13-          Alguns pacientes, com a cronificação do quadro, se resignam com a presença desses parasitas em seu corpo e, apesar de muito incômodos, ficam mais tranquilos com o tempo;
14-          Podem ocorrer em quadros parafrênicos, psicoses alucinatórias, em pacientes depressivos, em delírios induzidos e até em quadros histéricos;
15-          Pode ser um sinal inicial de demência;

16-          Os pacientes apresentam uma resposta pobre aos tratamentos com antipsicóticos. Respostas terapêuticas mais seguras têm sido obtidas com antipsicóticos atípicos (notadamente a risperidona).

No vídeo encontrado no link abaixo vemos o depoimento do filho do prof. K.A. Ekbom:


Trabalho publicado pela equipe de psiquiatria geriátrica do HC-UFMG, em 1999:


Outro link onde pode ser lido excelente publicação sobre a síndrome: