quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

História da Psicogeriatria


Hans Baldung-Grien. As três idades da mulher e a morte.
1510. Viena, Kunsthistorisches Museum.

                         A vida é uma peça teatral com um último ato muito mal escrito”
                                                          
                                                                                        Cícero


O cérebro é um dos enigmas que mais têm fascinado a humanidade desde tempos imemoriais.  Os egípcios acreditavam que nossa “alma”, ou seja, nosso psiquismo, nossas emoções, sentimentos, desejos, cognições e vontade situava-se no coração.  Por esse motivo é que nas múmias encontramos preservados seus corações enquanto a cavidade craniana era preenchida com panos, substituindo o cérebro que havia sido extraído, exatamente por não identificarem nele a fonte das  funções acima citadas.

Entretanto,  o cérebro já era motivo de atenção por outras razões.  Os egípcios faziam trepanações para a extração de tumores ou hemorragias.  Esse fato é bem conhecido pelos historiadores da medicina. A referência ao cérebro mais antiga que se conhece  na história da humanidade é uma inscrição em forma de hieroglifos encontrados em um papiro do Décimo Sétimo Século a.C. descrevendo os sintomas, diagnóstico e prognóstico de dois pacientes feridos na cabeça. [1] 

Palavra cérebro em caracteres hieroglíficos.

Novamente, entre os  egípcios,   encontramos  referências aos problemas psíquicos trazidos  pelo envelhecimento.  SIMONE DE BEAUVOIR, em  obra clássica sobre o envelhecimento, relata   que a mais antiga referência ocidental à velhice foi encontrada no Egito e data de 2500 anos a.C., tendo sido escrita por PTAH-HOTEP, filósofo e poeta:

 “Como é penoso o fim de um velho! Ele se enfraquece a cada dia; sua vista cansa; seus ouvidos tornam-se surdos; sua força declina; seu coração não tem mais repouso; sua boca torna-se silenciosa e não fala mais. Suas faculdades intelectuais diminuem e lhe é impossível lembrar-se hoje do que  aconteceu ontem. Todos os seus ossos doem. As ocupações que até recentemente causavam prazer só se realizam com dificuldade, e o sentido do paladar desaparece. A velhice é o pior dos infortúnios que pode afligir um homem. O nariz entope, e não se pode mais sentir nenhum odor”.[AF1] [2]

Em outra descrição de problemas psíquicos entre os antigos egípcios, os estudiosos americanos LOZA e MILAD, em 1989, descrevem um quadro demencial (na verdade uma pseudodemência depressiva), encontrado nas máximas de PTAH-HATY, no século sete A.C.[3] 

Na verdade, acreditamos que se trata do mesmo texto anterior, dadas suas semelhanças, que, por  motivos desconhecidos, teria sido atribuído a outro autor em época diferente. [4]  [5]

Estes mesmos autores citam um exemplo de descrição de boa saúde mental na velhice entre os antigos egípcios. Foi encontrada uma inscrição na estátua de NEBENTEROU, filho do Sumo Sacerdote da Décima Dinastia (950-730 A.C.):

"Eu passei minha vida em felicidade, sem a preocupação com a doença... Eu sobrevivi aos meus contemporâneos. Isto pode acontecer a você também." [6]

Descrições de tentativas de tratamentos de quadros demenciais também foram encontrados em papiros deste período.

Outros relatos acerca dos problemas emocionais durante o envelhecimento remontam novamente à antiguidade. Foram os judeus uns dos primeiros povos a descrever um quadro psicogeriátrico de forma inequívoca. De acordo com SADAVOY e cols., na Bíblia encontramos uma descrição  do REI DAVI que protagonizou um episódio depressivo de forma dramática (Salmos 31: 9-12): [7]

“9 Tem misericórdia de mim, ó Senhor, porque estou      angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos,  a minha alma e o meu corpo.
10 Porque a minha vida está gasta de tristeza e os meus anos de suspiros; a minha força descai por causa da minha iniquidade e os meus ossos se consomem.
11 Por causa de todos os meus inimigos, fui o opróbrio dos meus vizinhos e um horror para os meus conhecidos; os que me viam na rua fugiam de mim.
      12 Estou esquecido no coração deles, como um morto; sou como um vaso quebrado.” [8]


Nicolas Cordier. Rei Davi.
Capela Borghese, Basílica de Santa
Maria Maggiore, Roma.
Entre os gregos, foi SÓCRATES o primeiro a demonstrar interesse na velhice, só que o grande pensador tinha uma visão bastante pessimista da questão. Ele temia o que poderia lhe advir: surdez, cegueira, lentidão para aprender e rapidez para se esquecer. [9]

Sócrates (ca. 469 ou 470 a.C.- 399 a.C.)

Já PLATÃO, ao contrário de seu mestre, tinha uma  visão otimista, dizendo, entre outras coisas, que a redução na força dos impulsos leva ao senso de tranquilidade e maior liberdade em perseguir a filosofia e as tarefas intelectuais. A velhice foi por ele elogiada por trazer maior harmonia, prudência, discrição, sabedoria e julgamento mais seguro.[10]  Em A República, PLATÃO, respondendo a uma questão de seu discípulo GLAUCO sobre a que faixa de idade devem pertencer os governantes, responde:

..."O estudo da Dialética se prolongará dos 30 aos 35 anos.  ..."Dos 35 aos 50 os escolhidos serão postos à prova em diversos cargos públicos; ..."e quando chegarem a quinquagenários, os sobreviventes que se houverem distinguido em todos os atos de sua vida e em todos os ramos de conhecimento serão levados à consumação final, pois é preciso obrigá-los a alçar os olhos da alma e contemplar de frente o que proporciona luz a todos; e quando tiverem visto o bem em si, o adotarão como modelo durante o resto de sua existência, em que governarão, cada qual por seu turno, tanto à cidade e aos particulares como a si mesmos; pois, embora dediquem a maior parte de seu tempo à Filosofia, terão de carregar aos ombros, quando chegue a sua vez, o peso dos assuntos públicos e governar um depois do outro para o bem da cidade, não como quem realizasse alguma tarefa honrosa mas simplesmente por ineludível dever. E assim, após ter formado em cada geração a outros homens semelhantes a eles, aos quais deixarão como seus sucessores na guardiania, partirão para as ilhas dos bem-aventurados, onde irão morar para sempre, e a cidade lhes consagrará monumentos e sacrifícios públicos, honrando-os como a semideuses, se nisso consentir a pitonisa, e serão como a seres abençoados e divinos."... [11]



Platão (428,427 a.C.-348,347 a.C.).


Entre os romanos, o grande filósofo e orador CÍCERO, no ano 44 A.C., com a idade de 62 anos, em seu ensaio sobre a senescência "De Senectude", desenvolve suas idéias, ao observar o envelhecimento em Roma, concordando com PLATÃO ao afirmar que os velhos são importantes nas atividades administrativas e intelectuais. Baseado no exemplo dos gerontes, grupo de 28 homens com mais de 60 anos de idade que dirigiram a cidade de Esparta, CÍCERO argumentava que o envelhecimento bem sucedido era possível se a pessoa desenvolvesse uma atitude apropriada e lidasse efetivamente com as quatro maiores queixas associadas com o envelhecimento.[12]  Elas, por sinal, existem até hoje.


Cícero, Marco Túlio (106 a.C.-43 a.C.).


À primeira queixa de que os idosos eram excluídos pela sociedade dos trabalhos importantes, CÍCERO respondia que eles poderiam ser úteis em atividades de administração e como conselheiros.

À segunda queixa de que os velhos perdem a força física e reduzem o seu valor como pessoas, ele respondia que isto pouco representava frente ao cultivo da mente e do caráter.

À terceira, de que o envelhecimento impede ou reduz os prazeres sensuais, em particular o sexual, ele respondia que isto lhes propicia uma maior concentração na promoção da razão e da virtude.

À quarta, de que o envelhecimento traz consigo uma crescente ansiedade com a perspectiva da morte próxima, ele respondia que a morte podia ser considerada uma bênção, libertando os indivíduos e suas almas imortais das prisões do corpo nesta terra tão imperfeita.

CÍCERO ainda dizia que sábio é aquele que submete-se aos ditames da natureza e ultrapassa as vicissitudes da vida com uma mente tranquila. O prolongamento da vida seria indesejável pois a pessoa voltaria a ser como uma criança.[13]

Em seguida, Roma passou por um breve período pessimista em suas opiniões acerca da velhice. TERÊNCIO proferiu sua famosa sentença: "Senectus ipsa est morbus"  e SÊNECA, não menos negavitista, disse: "Senectus insanabilis morbus".[14]



Sêneca (Lucius Aenneus) (4 a.C.-65 d.C.). 


Luca Giordano. A morte de Sêneca, 1684.


Felizmente, logo após, veio GALENO que, não concordando com a opinião destes dois últimos pensadores, escreveu em "De Sanitate Tuenda" que a idade em si não é uma doença, mas um estado do organismo. Pela primeira vez na História, alguém apresentava a atual versão médica de que a velhice sucede à vida adulta, como esta sucede à infância e esta ao nascimento. No fim de tudo a morte, como a culminação de toda uma etapa evolutiva da vida. [15]


Galeno (Aelius Galenus). (129-200).
 Litografia de Pierre Roche Vigneron.
(Paris: Litografia de Gregoire e Deneux, ca. 1865).  


CELIUS AURELIANUS aprofunda esses estudos demonstrando a diferença entre as consequências das doenças nas pessoas mais jovens e nos idosos. Foi ele o primeiro a identificar o quadro de letargia aguda com estupor e febre como um dos problemas médicos mais frequentes na velhice. Esses quadros conhecemos hoje como confusão mental. Verificou ele que a mania era raramente encontrada nos velhos, observação ainda hoje correta.[16]

Na Idade Média a medicina passou por um período obscurantista, apesar de alguns grandes nomes como AVICENNA, no mundo árabe. Os velhos sofreram de forma até então desconhecida nessa época. Eram vistos pelos leigos, e nisso eram reforçados por boa parte dos médicos de então, como feiticeiros e tendo pacto com o diabo. Em grande parte, isso se devia à vivência e à experiência o que os tornava mais sagazes e até capazes de prever os acontecimentos. Além do mais, seu aspecto físico de decadência e degeneração, particularmente o rosto, inspirava medo nas pessoas pois já viviam acossadas pelo temor da morte e a velhice lhes lembrava a sua proximidade inexorável. Poucos não foram os velhos que injustamente morreram queimados como bruxos. [17]


Avicenna (980-1037).


A era científica no estudo do envelhecimento começou em fins do Séc. XVI com SIR FRANCIS BACON. Propugnava-se então a observação sistemática dos fenômenos para se descobrirem as leis fundamentais que governam o comportamento. Ele dizia que, através de um estudo sistemático dos processos de envelhecimento, se poderia descobrir as causas do mesmo. Afirmava, ainda, que os maus hábitos de higiene tinham efeito muito importante no processo de envelhecimento. [18]


Francis Bacon (1561-1626). 


Somente na Era Moderna  as ciências e a medicina começaram  a ter uma visão mais próxima da realidade acerca do envelhecimento.  QUETELET , um belga formado em matemática pela Universidade de Ghent em 1819, é considerado o primeiro gerontologista. Ele desenvolveu um trabalho pioneiro, aceito até hoje, em que representa a distribuição básica da maioria das características humanas sob a forma de uma curva. Ela indica que há uma tendência média ou central, em torno da qual se distribuem medidas mais altas e mais baixas, por exemplo, altura, peso ou inteligência. Com isso, ele se antecipou ao trabalho de GAUSS. Também estudou a idade de dramaturgos ingleses e franceses e começou a analisar a sua produtividade em termos da idade que tinham, antecipando os trabalhos de LEHMAN, no século XX. [19]


Jean-Etienne-Dominique Esquirol (1772-1840). 


Foi ESQUIROL, na França do início do século XIX, quando a psiquiatria dava seus primeiros passos como especialidade médica, o primeiro a descrever um quadro de demência com características que até hoje sabemos corretas. WILLE,  grande psiquiatra suíço, na segunda metade do século passado, descreveu formas brandas de psicoses senis que hoje identificamos com as depressões maiores e melancolias e as formas graves que identificamos também hoje com as demências.[20]

BENJAMIN RUSH, em 1805, publicou nos Estados Unidos da América o primeiro e importante tratado sobre psiquiatria geriátrica intitulado “An account of the state of the body and the mind in old age: with observation on its diseases and remedies”. [21]  Ele é considerado o pai da psiquiatria norte-americana.

SIR FRANCIS GALTON, em Londres, por volta de 1884,  também se destacou na pesquisa sobre o envelhecimento, seguindo a tradição de QUETELET.  Ele pesquisou uma série de medidas fisiológicas que variavam com a idade, como a força da mão, capacidade vital, grau de visão e tempo de reação, em mais de 9.337 pessoas, homens e mulheres, de 5 a 80 anos de idade.  É dele a constatação de que os sons de frequência mais alta deixavam de ser ouvidos com o avançar da idade. [22]

STANLEY HALL, presidente da Universidade de Clark, fundador de um dos primeiros departamentos de psicologia nos Estados Unidos, criador do termo “adolescência” em 1922,  publicou Senescence, the Second Half of Life, no qual afirma que as pessoas que envelhecem necessariamente não são mais temerosas da morte. [23]  É dele a afirmação:

“Como psicólogo, estou convencido de que os estados psíquicos das pessoas idosas têm grande importância. A senescência, como a adolescência tem suas próprias emoções, pensamentos e vontades, bem como sua própria fisiologia, sendo o regime desses tão importante como o do corpo. As diferenças individuais, aqui, são provavelmente maiores do que na juventude.”  [24]


Granville Stanley Hall (1844-1924).

Mas a medicina teve de esperar o gênio alemão de EMIL KRAEPELIN para projetar um pouco de luz nas trevas das classificações vigentes na psiquiatria de então. No final do século XIX, quando da publicação de seu famoso Tratado de Psiquiatria, pela primeira vez a comunidade médica mundial tomou conhecimento das diferenças entre a demência senil, demência aterosclerótica e demência vesânica, uma espécie  de demência precoce que ocorre em pacientes psiquiátricos crônicos. Esta última, teve seu nome posteriormente mudado para esquizofrenia por EUGEN BLEULERKRAEPELIN descreveu clinicamente os quadros demenciais com uma precisão tal que ainda hoje seus critérios são adotados como pontos de base nas modernas classificações psiquiátricas. Descreveu  também os quadros psicóticos na velhice (os delírios pré-senis de prejuízo e o delírio senil de perseguição), bem como  é sua a  descrição pioneira das psicoses maníaco-depressivas.[25]


Emil Kraepelin (1856-1926).


Em 1906, ALOIS ALZHEIMER, na Universidade de Tübingen, na Alemanha, descreve alterações anátomo-patológicas no cérebro de uma paciente falecida precocemente de um tipo de demência. [26] Logo em seguida,  publica outro caso de paciente falecido em condições semelhantes e a partir daí o mundo científico toma conhecimento de uma patologia neuro-psiquiátrica que recebeu o nome de seu descobridor. Neste mesmo ano, GAUPP descreve as diferenças entre as demências e as não-demências.[27]


Alois Alzheimer (1864-1915).

Alzheimer, Kraepelin, Gaupp e Nissl, nos jardins da
Universidade de Heidelberg, Alemanha. 1910.

NASCHER, famoso clínico de origem austríaca e naturalizado norte-americano, em 1914 cria o termo geriatria em sua obra "Geriatrics: The Diseases of Old Age and Their Treatment", dando assim início a essa especialidade médica que vem assumindo importância cada vez maior, notadamente após a 1a. Grande Guerra, quando a população européia e americana começou a envelhecer a olhos vistos. [28]

No início do século XX, nos Estados  Unidos, OSLER,  fez importante contribuição para a gerontologia na medida em que demonstrou que o envelhecimento estava intimamente relacionado com o estado dos vasos sanguíneos no corpo, afirmando que se o cérebro se alterava com a idade, era em consequência do endurecimento das artérias. [29]

BIRREN & CLAYTON afirmam que, enquanto os americanos dedicavam-se ao estudo das artérias e sistema cardiovascular no processo de envelhecimento, na década de 1920, PAVLOV e seus discípulos, na Rússia, davam mais importância ao sistema nervoso central. Estes autores dizem que  “Pavlov descobriu que os animais velhos se condicionavam de maneira diferente dos jovens e que suas respostas revelavam um curso de extinção diferente”. [30] A seguir, BIRREN & CLAYTON citam um texto de NIKITIN, discípulo de PAVLOV, publicado em 1958:

“Baseados em todo o material de que dispomos, podemos dizer que o processo de inibição é o primeiro a sucumbir à velhice e, em seguida, parece que é  a mobilidade dos processos nervosos que é afetada. Isso é evidente através do fato de que uma grande percentagem de nossos cães em processo de envelhecimento cessou de tolerar o sistema de reflexo condicionado, anterior, mais complexo. As respostas se tornaram caóticas, os efeitos flutuavam de maneira inteiramente irregular, e só mediante a simplificação do esquema é que se pode obter bons efeitos. Acho que se pode atribuir isso ao fato de que a mobilidade diminui com os anos. Quando temos um efeito distinto em um sistema grande, isso significa que um estímulo não interfere com outro e não estende o seu  efeito ao processo nervoso seguinte. ...Quando um processo nervoso é atrasado, porém, os traços remanescentes de cada estímulo se tornam prolongados e influenciam os seguintes, isto é, temos um estado caótico e confuso. “ [31]


IVANOV-SMOLENSK, discípulo da última geração de PAVLOV, em importante e abrangente trabalho sobre a obra pavloviana, no capítulo sobre as mudanças patológicas na atividade nervosa superior dos animais como resultado da atuação funcional sobre eles, diz:

“As investigações experimentais das modificações da atividade nervosa superior nos cães velhos, de certo modo, se aproximam das investigações já descritas sobre os cães castrados, pois também nos velhos aparece uma paulatina eliminação da influência hormonal das glândulas sexuais sobre o cérebro, embora todo o complexo dos agentes desfavoráveis para o sistema nervoso neste caso, naturalmente, é muito mais complicado.
Ao estudo da atividade nervosa superior nos cães velhos foi dedicada uma série de obras experimentais (Tonkich, no laboratório de Orbeli, Andreev, Pavlova, Jakovleva, Jaroslavceva, Usievich, Petrova, Podkopaev e outros).  Aqui também, em primeiro lugar, sofrem os processos da inibição interna ativa, depois aumentam os fenômenos da inibição passiva (inibição externa, indução negativa, inibição supraliminar), desaparecem primeiramente os reflexos artificiais e depois os naturais condicionados. Soloveichik (1932) tentou rejuvenecer dois cães velhos ligando o conduto seminal e, também,  pela implantação de uma glândula sexual jovem no escroto (segundo Voronov). [32] A investigação da atividade nervosa superior, que se efetuava regularmente antes e depois de cada uma das operações, demonstrou que a última provoca um aumento acentuado da excitabilidade cortical e melhora sua capacidade de trabalho, mas   isso dura somente um tempo breve, mais ou menos  três meses.”  [33]


Em 1948, WILLIAN SARGANT e ELIOT SLATER, no Reino Unido, publicam um livro pioneiro: “An Introduction to Physical Methods of Treatment in Psychiatry” no qual discorrem sobre o pessimismo reinante até pouco tempo antes na psiquiatria devido à carência de recursos no tratamento das doenças mentais. Abordam também a questão  do incipiente otimismo advindo das pesquisas dos últimos anos que, entre outros métodos, introduziu na psiquiatria  o eletrochoque que levou à melhora de 70% dos pacientes portadores de depressão involutiva. [34]

A partir da década de 1930, com uma ênfase especial para o período 1940-1960, a psiquiatria geriátrica teve no Reino Unido um desenvolvimento excepcional graças às contribuições feitas por AUBREY LEWIS, FELIX POST e SIR MARTIN ROTH. Este último, após quatro décadas de pesquisas e ensino, continua à frente do Departamento de Psiquiatria  da Universidade de Cambridge, onde desenvolve uma das mais brilhantes escolas  psicogeriátricas da atualidade. Entre os discípulos de POST, podemos citar grandes estudiosos britânicos como DAVID KAY, RAYMOND LEVY (atualmente primeiro professor do Departamento de Psiquiatria Geriátrica do Maudsley Hospital), TOM ARIE (diretor da Divisão de Cuidados de Saúde do Idoso em Nottingham) e B. HOPKINS que contribuiram para alargar os horizontes nessa área.[35]  BARRACLOUGH empreendeu um grande estudo psicogeriátrico, sobressaindo-se seu clássico trabalho sobre o suicídio na velhice.[36]

No período entre as duas grandes guerras começamos a encontrar cada vez mais publicações acerca da psiquiatria e psicologia do envelhecimento. Mas é somente após a 2a.  Guerra Mundial que acontece uma verdadeira explosão de publicações e estudos sobre a velhice. Isto coincide com a redução dramática das taxas de natalidade durante a guerra, a morte de milhões de homens jovens nas batalhas e o consequente "boom" nas estatísticas das pessoas acima de 65 anos. Após as duas grandes guerras mundiais, com o retorno dos soldados para seus lares, houve uma verdadeira explosão de nascimentos de bebês, que perdurou por alguns anos, períodos chamados de “baby-booms”. As crianças nascidas no  “baby-boom”  após a II Guerra Mundial constituem hoje a população madura que caminha para, a partir do ano 2.000, tornar-se  geronte,  sendo progressivamente objeto de atenção, estudos e  cuidados gerontológicos.

No período 1950-1960 a psiquiatria geriátrica atinge um dos seus momentos mais criativos com o surgimento das escolas suíça e francesa. JULIAN DE AJURIAGUERRA, influenciado pelas pesquisas de JEAN PIAGET, desenvolve seus estudos acerca da regressão na personalidade que, de forma similar e em sentido inverso, segue os passos do desenvolvimento da personalidade da criança e do adolescente. Funda  na Clínica Bel-Air da Universidade de Genebra, uma das mais importantes escolas psicogeriátricas do mundo. Na mesma cidade, JUNAT desenvolveu um substancial programa de estudos gerontológicos. [37] Próximo dali, em Lausanne, CHRISTIAN MÜLLER iniciou também um trabalho hoje mundialmente reconhecido, em colaboração com J. WERTHEIMER, que lhe sucedeu na direção dos trabalhos. [38]

Na França, vemos o surgimento de importantes escolas como a de SUTTER em Marselha, HUGONOT em Grenoble, PIERRE VELLAS (o criador das universidades para a terceira idade, em 1974),  JEAN-LOUIS ALBARÈDE em Toulouse,  PIERRE PICHOT em Paris, que aliaram as pesquisas e estudos acerca da psicogeriatria ao ensino e formação de levas de profissionais que contribuiram para tornar a assistência pública psicogeriátrica francesa uma das melhores do mundo. Entre estas podemos ressaltar a escola da Universidade de Limoges, chefiada por JEAN-MARIE LÉGER, que desde meados dos anos 70 desenvolve serviços de avançada concepção que incluem psiquiatria comunitária, atendimento hospitalar e extra-hospitalar integrados, hospitais-dia, atendimento a domicílio e outros.

A introdução do uso da psicofarmacologia na medicina, após os estudos pioneiros na França de JEAN DELAY  e PIERRE DENIKER em 1952 trouxe uma verdadeira revolução no atendimento à população geronto-psiquiátrica, melhorando os prognósticos das doenças, reduzindo o tempo de hospitalização e propiciando-lhes uma qualidade de vida antes impensável. [39]

Nos Estados Unidos da América, um trabalho pioneiro foi desenvolvido na Duke University, na Carolina do Norte, a partir da década de  1950, com uma grande equipe chefiada por EWALD BUSSE, com centenas de publicações reconhecidas como de grande valor para o estudo do envelhecimento normal e patológico em todo o mundo. Sob o patrocínio do Instituto Nacional de Saúde Mental,  dos EUA, tem sido desenvolvido um colossal trabalho de pesquisas e ensino sobre o envelhecimento. Nomes como GENE COHEN, JACK WEIMBERG,  DAN BLAZER, ALEXANDER SIMON, CARL EISDORFER, ERIC PFEIFFER, ADRIAN VERWOERT, JAMES BIRREN, SLOANE, LAWRENCE LAZARUS, JOEL SADAVOY, LISSY JARVIK, SANFORD e FERN FINKEL, JEROME YESAVAGE, BERNICE NEUGARTEN, MARTIN BEREZIN, STANLEY CATH, DAVID BLAU, RALPH KAHANA, BARRY REISBERG e muitos outros compoem um excepcional grupo de estudiosos que lideram uma massa de pesquisadores que ampliam a cada ano os horizontes do conhecimento sobre a velhice.

Em 1982 foi fundada nos EUA a International Psychogeriatric Association, com sede em Wilmette, Illinois. Foram seus presidentes: MANFRED BERGENER (Alemanha, 1982-1987), GUSTAV BUCHT (Suécia, 1987-1989), KAZUO HASEGAWA (Japão, 1989-1991)  e SANFORD FINKEL (Estados Unidos, 1991-1995), todos atuantes psicogeriatras tanto no domínio da pesquisa como no do ensino, publicações científicas e na divulgação desta área do conhecimento.

Ao lado do desenvolvimento das grandes escolas psicogeriátricas atuais,  assistimos a partir da década de  1950 ao rápido avanço da radiologia, neurofisiologia,  neuroquímica,  neuropatologia e   neuropsicologia. Na década de 1960 deparamo-nos atônitos com o progresso da informática médica, genética, biologia molecular, imunologia,  psiconeuroendocrinologia, neurologia clínica e neurocirurgia,  microscopia eletrônica, neuropatologia e, a partir de meados da década, com uma explosão de conhecimentos advindos dos estudos em neuroquímica com a descoberta dos neurotransmissores e neuropeptídeos. [40]

Nos anos 70 a humanidade é aquinhoada com as técnicas de investigação clínica por imagens como as tomografias computadorizadas, o estudo dos potenciais evocados, o eletroencefalograma computadorizado, as cintilografias, a ultrassonografia, o Doppler e inúmeras outras técnicas não invasivas. Nos 80, além de espetaculares descobertas da neuroquímica, algumas das grandes universidades do hemisfério norte passaram a contar com a ressonância nuclear magnética, a tomografia por emissão de pósitrons (PET- Scan), a tomografia por emissão de fótom único (SPECT) e outras técnicas que vieram tornar obsoletas as  anteriores.

Assim, assistimos atualmente a uma corrida na pesquisa e ciências básicas cujo final não podemos antever. Os estudos acerca do envelhecimento cerebral acompanham de perto aqueles do restante do organismo. A descoberta dos radicais livres ensejou uma busca acelerada de medicamentos e substâncias que propiciassem, já que não podem obter o rejuvenescimento, pelo menos o retardamento do envelhecimento. Certamente teremos aí, em prazo não muito distante, importantes descobertas que possibilitarão o prolongamento da vida em padrões mais saudáveis, física e psiquicamente.
Acompanhando o desenvolvimento da medicina e da tecnologia científica, a psiquiatria anglo-saxônica criou escalas de avaliação para aprimoramento e aumento da confiabilidade do diagnóstico. Elas foram surgindo a partir da década de 1960, facilitando, entre outros, o diagnóstico diferencial das depressões e demências, como as desenvolvidas por FOLSTEIN, BLESSED e HACHINSKY nos EUA.[41]  Anteriormente a elas, já haviam surgido as escalas de avaliação de depressão, como a de HAMILTON, no Reino Unido, que se tornou padrão em pesquisa e na clínica e a MADRS (Montgomery-Asberg Depression Rating Scale) abrindo ainda mais o leque de confiabilidade nas avaliações psiquiátricas.  A mais antiga escala ainda em uso foi desenvolvida em fins dos anos 50 por OVERALL e GORHAM, a BPRS (Brief Psychiatric Rating Scale), permanecendo também um padrão de avaliação em pesquisa e na clínica. [42]

Com o desenvolvimento, a partir da década de 1970, das novas classificações psiquiátricas, tendo inicialmente a escala de FEIGHNER para avaliação de depressão,  o RDC (Research Diagnostic Criteria) nela inspirada e, logo após, a escala de SPITZER e ENDICOTT, passou-se a contar com métodos muito mais precisos e confiáveis de diagnósticos, classificação e, consequentemente, de tratamentos.[43]  Com o surgimento do Manual Diagnóstico e Estatístico, versão III (DSM-III) em 1980, pela Associação Americana de Psiquiatria, desenvolvido sob a inspiração dos anteriores já citados, houve uma verdadeira revolução no diagnóstico psiquiátrico.  Novas doenças foram descritas e classificadas, passou-se a adotar o critério categorial descritivo na nosologia, substituindo o antigo critério etiológico que prevalecia até a CID-9 (OMS-1975). [44] A distribuição dos diagnósticos através de 5 Eixos fundamentais e a instituição de critérios mais rigorosos para o diagnóstico, tornaram a psiquiatria muito mais habilitada a acompanhar o avanço tecnológico da medicina. Em 1987, a versão revisada da classificação psiquiátrica foi lançada pela Associação Psiquiátrica Americana, sob o nome DSM-III-R, com novos aperfeiçoamentos e ampliação nosológica. O impacto positivo dessa classificação em todo o mundo foi de tal ordem que a Organização Mundial de Saúde passou a organizar, a partir de meados da década de 1980, uma imensa força tarefa constituída por psiquiatras de todo o mundo no sentido de criar uma nova classificação internacional que atendesse às mudanças e ao progresso alcançado na psiquiatria.  A influência da experiência americana foi determinante na elaboração e publicação da versão final da CID-10 em 1993, seguindo critérios muito semelhantes aos dela. [45] Em 1994 surge a última versão americana, o DSM-IV, que mantém os critérios rigorosos das duas anteriores e o aproxima da nomenclatura da OMS, com o intuito de uniformizar e facilitar o diagnóstico na pesquisa e na clínica nos EUA e em todos os países que adotaram esse modelo classificatório.

Entrevistas estruturadas e semi-estruturadas que visam aumentar a confiabilidade e segurança da avaliação e maior precisão diagnóstica foram desenvolvidas.  Em 1975, foi desenvolvido nos EUA, por técnicos da Universidade de Washington, em Saint Louis, o Roteiro para Distúrbios Afetivos e Esquizofrenia (SADS). [46] Em 1987, foi a vez de surgir uma importante escala de avaliação para ser aplicada ao DSM-III-R (SCID). A versão para o DSM-IV acaba de vir à lume.[47]  Na Inglaterra, um grupo da Universidade de Londres, desde início dos anos 60 desenvolveu uma das mais conhecidas entrevistas semi-estruturadas da psiquiatria que, pela sua confiabilidade e fidelidade aos conceitos fenomenológicos clássicos, teve aceitação em grandes centros universitários de todo o mundo. O Present State Examination (PSE) teve várias versões lançadas, continuamente aperfeiçoadas, ao mesmo tempo que um software permitia o lançamento dos dados colhidos em computador e rapidamente é obtido um diagnóstico pela CID-8 (versão de 1974). [48]  A conversão para a CID-9 é relativamente fácil.  Atualmente a versão para a CID-10 (SCAN) já está sendo utilizada em vários centros médicos mundiais.[49]

Os avanços da neuropsicologia, que herdou de ALEXANDER LURIA todo seu instrumental científico e técnico e de DAVID WECHSLER seus métodos cada vez mais testados e aprovados na investigação das capacidades cognitivas humanas, vem completar todo o instrumental moderno da psicogeriatria.  As baterias de testes neuropsicológicos, como a Luria-Nebraska para o diagnóstico preciso das pseudodemências depressivas e demências,  o Bender-Gestalt no diagnóstico das dispraxias do lobo parietal  e a Halstead-Reitan no diagnóstico, entre outros, da síndrome pós-concussional, enriqueceram enormemente  a investigação dessa fronteira ainda nebulosa dos distúrbios psiquiátricos, neurológicos e comportamentais.

Preparou-se, assim, o campo para o deslanchar dos conhecimentos na psicogeriatria.  Hoje dispomos de um arsenal de exames complementares e de técnicas de investigação para um diagnóstico aprimorado tornando-o mais confiável.  Os tratamentos hoje seguem critérios científicos e não puramente empíricos como o eram em passado recente.  A psicogeriatria e a neuropsiquiatria inserem-se, assim, no contexto das neurociências em um lugar de destaque e nobre pela sua natureza.
 
Novos conhecimentos não cessam de ser produzidos. O volume anual de publicações é espantoso e só um especialista que dedique muito de seu tempo à leitura de novos trabalhos consegue se manter atualizado.  A moderna assistência psicogeriátrica intra e extra-muros hoje é excepcional nos países desenvolvidos, graças a esses avanços, um fator a mais para contribuir na longevidade dos povos.  Realidade que nós brasileiros precisamos urgentemente assimilar e adaptar.







[1] KANDEL, E.R.; SCHWARTZ, J.H. e JESSELL, T.M. - Essentials of Neural Science and Behavior. East Norwalk, Prentice Hall International, Inc., 1995, p. 2.
[2] BEAUVOIR, S. A Velhice. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1990, p.114.
[3] SADAVOY,J. ; LAZARUS, L.W. & JARVIK,L.F., The aging process. Introduction. In: Compre-hensive Review of Geriatric Psychiatry. Washington,  American Psychiatric Press, 1991, p.9.
[4] ”Soberano, meu senhor, a velhice está aqui, a senilidade desceu sobre mim, a fraqueza da minha infância está renovada, assim, eu durmo todo o tempo. Os braços estão fracos, as pernas têm parado de seguir o coração que se tornou cansado. A boca está muda, já não pode falar, os olhos estão fracos, os ouvidos estão surdos, o nariz está bloqueado, já não pode respirar. O gosto se foi completamente. O espírito está esquecido, ele já não pode mais se lembrar  de ontem. Os ossos doem na velhice, levantar-se e sentar-se são ambos difíceis. O que era bonito tornou-se mal. O que causa a senilidade nos homens é mau, de todas as formas”.
[5] Tradução do autor.
[6] SADAVOY,J.; LAZARUS, L.W. & JARVIK, L.F., op. cit., p. 9.
[7] Ibid., p.9.
[8] Esse texto foi obtido na versão em português da Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. 11a. Impressão. Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira, 1956, p.556.
[9]   MÜLLER, C. & WERTHEIMER,  J. - Psychogériatrie. Paris,  Masson, 1981, p.8.
[10]  Ibid., p. 8.
[11]  PLATÃO - Diálogos III - A República. Rio de Janeiro, Edições de Ouro,  Coleção Universidade,  
     p.286.
[12] BUSSE, E.W. O Mito, história e ciência do envelhecimento. In: BUSSE, E.W. & BLAZER, D.G. Psiquiatria Geriátrica.  Porto Alegre, Artes Médicas, 1992, p. 20.
[13] Ibid., p.20.
[14]  MÜLLER, C. & WERTHEIMER,  J., op. cit., p. 8.
[15] Ibid., p. 8.
[16] Ibid., p. 9.
[17]  Ibid., p. 9.
[18]  BIRREN, J. e CLAYTON, V. - History of gerontology. In: BIRREN, J. e SLOANE, B. - 
Handbook of Mental Health and Aging. New Jersey, Prentice-Hall, 1980. Mimeo, p.3.
[19]   Ibid., p. 4.
[20]  MÜLLER, C. e  WERTHEIMER,  J., op. cit., p. 8.
[21]  SADAVOY,J. ; LAZARUS, L.W. e JARVIK,L.F., op. cit.  p12.
[22]  BIRREN, J. e CLAYTON, V. , op. cit., p. 5.
[23]  Ibid., p.12.
[24]  BIRREN, J. e CLAYTON, V., op. cit., p. 7.
[25]  BURGEMEISTER, J.J., CORDEIRO, J.D. e  AJURIAGUERRA, J. - Les États Délirants Tardifs. In: Psychopathologie de la Vieillesse. Confrontations Psychiatriques, No.5,  Paris, Specia, 1970, p. 63.
[26]  FONDATION INSTITUT DE PRODUITS DE SYNTHESE ET D’EXTRACTION NATURELLE (FONDATION IPSEN) - La Maladie d’Alzheimer. Paris, Générale Graphique Éditeur, 1987, p. 11.
[27] SADAVOY,J.; LAZARUS, L.W. & JARVIK, L.F., op. cit., p. 11.
[28] Ibid., p. 11.
[29] BIRREN, J e CLAYTON, V. - op. cit., p. 7.
[30] Ibid., p. 8.
[31] Ibid., p. 8.
[32]  Voronov tornou-se conhecido com suas experiência sobre o rejuvenescimento. Propugnava ele, baseado em supostas observações científicas, que injeções de extratos de glândulas sexuais de animais jovens era capaz de rejuvenescer pessoas idosas. (Nota do autor).
[33]  IVANOV-SMOLENSKY, A.G. - Esbozos Sobre la Patofisiologia de la Actividad Nerviosa Superior. Editorial Universitaria, Buenos Aires, 1955, pp.150-151.
[34]  PICHOT, P. - The evolution of pharmacotherapy in the treatment of older people. In: BERGENER, M. e FINKEL, S. - Clinical and Scientific Psychogeriatrics. Vol. 2. The Interface of Psychiatry and Neurology. Springer Publishing Company, New York, 1990, p. 255.
[35] Ibid., p. 11.
[36] BARRACLOUGH,  - Suicide in the elderly. In: Recent Developments in Psychogeriatrics - A Symposium. Headley Brothers Ltd., London, 1971.
[37] SADAVOY,J.; LAZARUS, L.W. & JARVIK, L.F., op. cit., p. 14.
[38] MÜLLER, C. & WERTHEIMER,  J., op. cit., p 1.
[39]  PICHOT, P., op. cit., p. 256.
[40]  COYLE, J.T. - Neurociência e psiquiatria. In: TALBOTT, J.; HALES, R. & YUDOFSKY, S. - Tratado de psiquiatria. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.
[41] INSTITUT DE PRODUITS DE SYNTHESE ET D’EXTRACTION NATURELLE (IPSEN), op. cit., pp.45-49.
[42] CLARKIN, J.F. & HURT, S.W.  Avaliação psicológica: testes e escalas de classificação. In: TALBOTT, J., HALES, R. e YUDOFSKY, S. Tratado de psiquiatria. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.
[43] ALONSO-FERNÁNDEZ, F. La depresión y su diagnóstico. Barcelona, Editorial Labor, 1988.
[44]  ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE  Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-9 - Rio de Janeiro, Gráfica do INAMPS, 1979.
[45]  ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE  Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10 - Descrições clínicas e diagnósticas. Porto Alegre, Artes Médicas, 1993.
[46]  SPITZER, R.L. & ENDICOTT, J. Roteiro para distúrbios afetivos e esquizofrenia. Tradução de Ivan M. Braun e revisão da equipe do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. São Paulo, Mimeo, 1978.
[47]  SPITZER, R.L.; WILLIAMS, J.B.W.; GIBBON, M. & FIRST, M.B. Structured clinical interview for DSM-III-R (SCID). Washington, DC,  American Psychiatric Press, 1990.
[48]  WING, J.K., COOPER, J.E. & SARTORIUS, N. Measurement and classification of psychiatric symptoms. London, Cambridge University Press, 1978.
[49]  WING, J.K. et al. - SCAN - Schedules for clinical assessment in neuropsychiatry. Arch Gen
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